terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ENC: 10/12: Ato em São Paulo pela liberdade de Cesare Battisti

Ato pela liberdade de Cesare Battisti

 

 

Nesta Quinta-Feira, 10/12, somando-se às diversas lutas que acontecerão por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos, será realizado em São Paulo um ato em defesa da liberdade de Cesare Battisti.

 

A manifestação será na Av. Paulista, 1.842, em frente ao prédio do Tribunal Regional Federal, às 18h30.

Compareça e ajuda a divulgar!

Para ler a carta aberta de Cesar Battisti ao presidente Lula, clique aqui.

Abaixo reproduzimos o comunicado do Comitê de Solidariedade a Cesare Battisti:

Liberdade a Cesare Battisti Já!

Perseguido pelo governo italiano, acusado de crimes que não cometeu, o escritor Cesare Battisti também tem sido vítima de perseguição política no Brasil. Apesar de sua condição de refugiado político, absurdamente é mantido preso no próprio país que lhe concedeu refúgio.

Cesare Battisti se encontra preso ilegalmente, como afirma o Ministro do STF, Joaquim Barbosa. Ele é de fato um preso político, como também afirma o Ministro da Justiça, embora Gilmar Mendes e a mídia se esforcem para tratá-lo como preso comum.

Os que querem mantê-lo preso e extraditá-lo para a Itália desferem um ataque às instituições humanitárias e democráticas da sociedade, minando a instituição do refúgio político e usurpando do Poder Executivo, eleito pelo voto popular, a prerrogativa de concedê-lo.

Extraditá-lo abriria perigosos precedentes: muitos países já elaboraram listas de refugiados para pedir extradições; além disso, abriria uma onda de perseguição e criminalização contra trabalhadores, sindicalistas combativos e movimentos sociais.

Exigir a liberdade de Cesare Battisti, além de um ato de justiça e humanitário, é imprescindível como forma de manter liberdades políticas e direitos humanos, tão caros a muitas gerações. Estamos todos sendo atacados.

Calar ante isso é ser cúmplice.


Comitê de Solidariedade a Cesare Battisti

 

Morre Tião Américo, aguerrido militante químico nas causas popul

Aos familiares do companheiro Tião,

TIÃO PRESENTE!

 

 

Em nome dos trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô faço chegar nosso mais sentido pesar pelo falecimento do companheiro Tião.

Lutador da classe trabalhadores, apoiador importante de nossa luta e de todos os operários.

Queremos nos colocar a disposição para todo o que estiver ao nosso alcance.

Tião presente!

 

Viva a luta dos trabalhadores químicos!

Viva a luta dos trabalhadores em todo o mundo.

 

Pedro Santinho

Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô

Movimento de Fábricas Ocupadas

 

(11) 9930-6383

http://www.defenderaflasko.blogspot.com

 

 

Morre Tião Américo, aguerrido militante químico nas causas populares



Infarto é provável causa da morte, na manhã de hoje. Velório terá início às 20h30, no Cemitério dos Amarais, em Campinas


Sebastião Américo da Costa Filho, conhecido e respeitado militante nas causas populares e da classe trabalhadora, morreu na manhã de hoje (07/12/09) em sua casa, enquanto dormia, com indicativos de ter sofrido infarto.

Tião Américo, ou Tião Pack Pack (apelido que ganhou por ter trabalhado na Scarpack Ltda., em Campinas), como era mais conhecido, alavancou sua participação na militância política, ideológica e partidária a partir de 1993 quando foi eleito pela categoria e passou a integrar a diretoria do Sindicato Químicos Unificados.

Sua característica principal era a opção pela ação mais voltada ao contato direto com os trabalhadores nas empresas ou em seus locais de moradias. Por isso, nas greves e paralisações agarrava uma faixa com palavra de ordem e ia para o portão da fábrica para conversar e convencer os indecisos quanto à necessidade da consciência, solidariedade, organização de classe e da unidade na luta.

Tião contava com 49 anos, deixou esposa, três filhos e um neto. Nasceu em 28 de dezembro de 1960, em Ibaiti, no Paraná.

O velório terá início às 20h30, no Cemitério dos Amarais (Cemitério Parque Nossa Senhora da Conceição), rua Silvia da Silva Braga, s/n.º (antiga rodovia dos Amarais), bairro Jardim São Marcos, fones (19) 3246.1079  e  (19) 3246.2079, em Campinas.

Às 7h de amanhã será levado para cremação, em São Paulo. A cremação era um desejo sempre manifestado por Tião, que dizia: “Com tanta gente precisando de um espaço de terra para morar, como é que depois de morto eu vou querer usar um!? Quero ser cremado!”

Saiba Mais

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ENC: Flaskô: Sob controle democrático dos trabalhadores


Segue abaixo o link de uma matéria feita pela SindMetal TV, do interior paulista, sobre a fábrica ocupada e sob controle democrático dos trabalhadores, a Flaskô. Assista e divulgue para seus contatos!

http://www.youtube.com/watch?v=qro7Oxayc9Y&feature=player_embedded

Saudações socialistas,

Lucas de Mendonça Morais
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domingo, 29 de novembro de 2009

NOVA OCUPAÇÃO PARA DEFENDER OS EMPREGOS

Prossegue ocupação da fábrica Anhembi no CIA para impedir fechamento da unidade baiana

Escrito por Impr. Sind.Quim Petro Ba

26-Nov-2009

A ocupação das dependências da fábrica Anhembi, hoje (26/11), entrou no quarto dia em protesto contra fechamento da unidade na Bahia

A ocupação das dependências da fábrica Anhembi, hoje (26/11), entrou no quarto dia. Ontem à noite, dirigentes do Sindicato dos Químicos/Petroleiros e representantes da fábrica se reuniram com o Secretária da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm), James Silva Santos Correia, na tentativa de achar uma solução para que a fábrica continue funcionando no CIA. Apesar da intransigência da direção da Anhembi, que mantém sua posição de fechar a unidade, desempregando cerca de 100 trabalhadores, foi marcada uma nova reunião para amanhã (27) às 11h, com a presença dos donos da Anhembi que estão vindo de São Paulo. A reunião acontecerá na Sicm, no Centro Administrativo.

Por isso, o Sindicato convoca todos os funcionários da Anhembi para estarem na fábrica, a partir das 7h. O Sindicato continua firme na posição de não aceitar o fechamento da empresa e está preocupado com o grande número de pais de família que podem ficar desempregados. Os argumentos usados pela Anhembi para fechar a fábrica não convencem, por ser ela uma empresa com mais de 30 anos na Bahia, com sólido mercado de vendas, com trabalhadores qualificados e parque industrial estruturado. Além disso, o grupo pretende continuar com os produtos no mercado baiano, mas eles serão produzidos em São Paulo.

Os trabalhadores e os dirigentes sindicais ameaçam ficar no local até a empresa recuar da decisão. A Anhembi fica localizada na Via Periférica I, no CIA, e produz produtos de limpeza.

Foto = Arq.Sind.Quim Petrol BA

Fonte Site da CNQ http://www.cnq.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=18483

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

TODOS E TODAS NA FLASKÔ NESSE SÁBADO - CLICK NA IMAGEM PARA AMPLIÁ-LA


O ENCONTRO SERÁ TRANSMITIDO PELA RÁDIO LUTA PELA INTERNET NO:
www.radioluta.blogspot.com
Siga as instruções e é só ouvir de qualquer lugar do planeta!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Canal Multishow exibirá hoje (20/11) programa sobre a Flasko, fábrica ocupada sob controle democrático dos trabalhadores

 

Nesta sexta-feira (20/11), no canal Multishow (TV a cabo), às 23h será exibido o programa Conexões Urbanas, que nesta semana terá como tema a Flaskô, fábrica ocupada e sob controle dos trabalhadores, em Sumaré/SP, na região de Campinas. O programa será retransmitido em outros dias e horários, confira na tabela ao final da página. Ajude a divulgar, passe este e-mail para seus contatos!

 

Confira aqui a chamada do programa:

http://www.youtube.com/watch?v=9pUnsHQohPA

 

Como se sabe, as lutas dos trabalhadores não ganham visibilidade alguma na mídia hegemônica do grande capital, portanto este programa de hoje é uma oportunidade grandiosa de se conhecer um pouco da história dos trabalhadores desta fábrica, esta que se mantém ocupada sob controle dos operários desde fins de 2002, e que revela um potencial de luta e resistência para a classe trabalhadora.

 

A luta destes trabalhadores descortina a possibilidade concreta coloca por Karl Marx da construção internacional do trabalho livremente associado, portanto possui uma importância fundamental para a luta dos trabalhadores de todo o mundo, sendo um exemplo não somente nacional, mas internacional.

 

O controle social e democrático da produção fabril se expressa concretamente na sua ampla contradição: uma fábrica que, após uma longa e a exaustiva luta contra um patrão que atrasou salários por meses, que não pagava impostos ao Estado, que, enfim, acabaria por falir, é ocupada em meio ao processo de eleição de Lula, este que prometeu que iria estatizá-la e garantir a manutenção dos empregos. Com a não realização da promessa, os trabalhadores conseguiram se sustentar em meio à crise econômica e toda a hostilidade do Estado com seu Direito pró-capital e suas polícias (municipal, estadual e federal) para tentar devolver ao antigo proprietário a propriedade da fábrica que de forma tão banal foi administrada.

 

A resistência destes trabalhadores representa uma conquista histórica para a classe trabalhadora de todo o mundo. Por mais de 8 anos estes trabalhadores resistem heroicamente à todo tipo de hostilidade, resistindo à intervenções jurídicas e das polícias.

 

No Brasil, houve uma série de fábricas que, no contexto de crise herdado do Governo FHC, foram ocupadas e postas sob controle democrático dos trabalhadores. Em 2007, as fábricas CIPLA e a Interfibra, de Joinville/SC, sofreram uma brutal intervenção da Polícia Federal que, armada até os dentes com fuzis e ameaçando a vida dos trabalhadores, agrediram estes honestos e dignos trabalhadores em favor da jurisdição que colocou um interventor, que despediu a maioria dos trabalhadores que estavam em luta e contratou por salários precarizados novos operários. O Governo Lula nem mesmo se pronunciou sobre o caso, conseqüência da aliança com a burguesia, consumada na aliança da dita “base aliada” e nas amplas concessões realizadas ao capital financeiro e às oligarquias por este mesmo governo.

 

Confira aqui o documentário em vídeo sobre a Flaskô:
http://video.google.com/videoplay?docid=-2815337870085387603

 

·  Relatos do interventor na Flaskô

·  Entrevista: Serge Goulart fala de Caracas

·  O INTERVENTOR FOI EXPULSO DA FLASKÔ

·  Invasão da Policia Federal na Cipla – 31/05/2007

·  Manifestação Contra Leilões de Máquinas da Cipla 11/09/2006

·  Documentário: Fábricas ocupadas Cipla/Interfibra/Flaskô

·  Documetário: Flaskô sob controle dos trabalhadores

·  Encontro dos Trabalhadores do Campo e da Cidade (São Paulo, 200%)

 

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Conexões Urbanas

 

Canal Multishow

 

Sexta, 20/11
23h


HORÁRIOS ALTERNATIVOS:

Sábado, 21/11
14h15

Domingo, 22/11
8h30

Seunda, 23/11
13h

Terça, 24/11
16h

Quarta, 25/11
5h30



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Lucas de Mendonça Morais
Militante da Esquerda Marxista
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Trecho do programa sobre a Flaskô que vai ao ar hoje.

Clique no link abaixo para visualizar um trecho do programa que vai ao ar hoje, na Multishow, sobre a fábrica ocupada Flaskô:

http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1161813-7822-FABRICA+DE+IGUALDADES,00.html


Saudações socialistas,

Lucas de Mendonça Morais
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

TRABALHADORES DA FLASKÔ EM BRASILIA EM LUTA EXIGEM RESPOSTA DO GOVERNO LULA


04/11 VISITA A PARLAMENTARES

Uma delegação da Flaskô chega a Brasília para discutir com os deputados, senadores e o governo medidas para salvar os empregos e suspender as ameaças e a criminalização do Movimento.

Deputado Fernando Nascimento

No mesmo dia a delegação se reuniu com assessores do Deputado explicando a atual situação e dando encaminhamento quanto a defesa dos empregos. O deputado foi o organização junto com a Comissão de Trabalho em emprego da Audiência Pública que se realizou na Câmara de deputados em 20/05/2009.

Deputado Vicentinho

Ainda neste dia foi feita um reunião com o Deputado Vicentinho também explicando a situação e dando encaminhamentos no mesmo sentido. O deputado se comprometeu a agendar visita a fábrica e pautar a questão junto aos órgãos responsáveis.

Deputado Joao Paulo Cunha

O deputado recebeu a delegação para ouvir os pedidos dos trabalhadores e de imediato se comprometeu a visitar a fábrica, agendar audiência no Ministério da Fazenda e na Procuradoria da Fazenda nacional que ficaram marcadas para o dia 10/11 a tarde. Com o objetivo de apresentar a proposta dos trabalhadores de adjudicação da fábrica, isto é, que o governo assuma a fábrica.

Os encaminhamentos foram muito importantes, mesmo que não resolvesse de imediato a questão mas ajuda em passos a manutenção dos empregos.


Senadora Serry

Em reunião na 2 Vice Presidencia do Senado a delegação foi recebida pelo Sr. Nildo que se comprometeu com os mesmo encaminhamentos e colocou-se a disposição e solidário a luta dos trabalhadores da Flaskô.


04/11 VISITA A PARLAMENTARES

Em reunião na 2 Vice Presidencia do Senado a delegação foi recebida pelo Sr. Nildo que se comprometeu com os mesmo encaminhamentos e colocou-se a disposição e solidário a luta dos trabalhadores da Flaskô.


Dias 04 e 05/11 VISITAM DEZENAS DE DEPUTADOS


A delegação passou em todos os gabinetes dos deputados ligados aos tradicionais partidos que se reivindicam da luta dos trabalhadores, em mais de 80, convidando todos os deputados a conhecerem a luta, a visitarem a mais longa experiência de controle operário e luta pela estatização do Brasil. Além de convidá-los para o Seminário que se realizará na Flaskô dia 28/11.

Muitos passaram a conhecer naquele momento a luta e se dispuseram a acompanhar de mais de perto e em organizar e pensar em forma de ajuda.


05/11 - MINISTÉRIO DO TRABALHO RECEBE TRABALHADORES DA FLASKO

Uma delegação de trabalhadores da Flaskô representados pelo coordenador do Conselho de Fábrica Pedro Santinho e por Osvaldo da Costa Neto (Chaolim) foi recebido na Secretaria de Economia Solidária pelo Sr. Fábio Sanches e pelo Sr. Mauricio de Farias Sarda. Os trabalhadores da Flaskô explicaram a necessidade da adoção por parte do governo de medidas no sentido de salvar a fábrica e os postos de trabalho. Explicaram que isto começaria pela adoção de medidas do ministério no sentido que não se permita que as dívidas dos antigos donos recaem sobre os trabalhadores, o que já vem ocorrendo, inclusive com processo criminal contra o coordenador do conselho em função das dividas. Foi explicado que é necessário a adoção de medidas que impeçam a criminalização das lutas dos trabalhadores. Foi explicado a necessidade de que o governo atenda os trabalhadores com a adoção do mecanismo excepcional de adjudicação da fábrica, como inclusive já havia sido proposto pelo parecer do BNDES, feito em 2005.

A secretaria explicou que estas medidas não estão ao alcance do Ministério, que a secretaria pensa que deveria entrar em um processo de falência e montar uma cooperativa, mas que respeita a opinião dos trabalhadores sobre a estatização e que se dispunha a ajudar em medidas de outro tipo.

Foi agendado uma visita na fábrica para 12/11. Também foi colocado a disposição ajuda jurídica quanto a medidas práticas, além de intermediação em conversas com BNDES, Petrobras e outras empresas controladas pelo governo e/ou órgãos e empresas ligadas ao governo para ajuda nas relações da Flaskô.


09 e 10/11

EVENTO NO BNDES na sede do Rio de Janeiro

No dia 10/11 Pedro Santinho, participou pela manha de duas mesas em um curso de formação para Técnicos do BNDES, Petrobras e FINEP sobre autogestão, empresas recuperadas. O curso teve como objetivo levar as experiências de luta dos trabalhadores por seus empregos ao conhecimento das equipes técnicas destes órgãos como forma de pensa, refletir e ajudar a viabilizar políticas pública existentes e/ou novos sobre o tema.

Pela manha ouve a discussão sobre os marcos legais para a recuperação de empresas e o cooperativismos, com a apresentação de Marcelo Mauad. Dentre a várias informações apresentadas a principal questão que se ressalta foi uma polemica sobre a previsão legal da entrada, mesmo que excepcionalmente de empresas privadas como cooperada em cooperativas. O que para o apresentador não é um problema mas para muito apareceu com um limitador da democracia e da autogestão, pois o capital privado poderia ter senão um controle político, pois teria apenas um voto como cada cooperado nas assembléias, mas teria o controle de fato pois seria detentor dos meios financeiros e sabemos que quem paga a banda escolhe a musica. E quem votaria contra, diante de uma ameaça velada de retirada do capital. A polemica prossegui e devemos aprofundar.

Pela tarde ouve a apresentação da experiência das empresas recuperadas. Em primeiro lugar foi o caso da cooperativa Uniforja, em seguida da Unisol. (faremos um relato mais completo em matéria complementar) e em seguida a apresentação do única caso de experiência que não está nos marcos da Economia Solidaria e do Cooperativismo que é a Flaskô e o Movimentos das Fábricas Ocupadas.

Foi explicado toda a história da luta, as dificuldades e os avanços e a necessidade de uma verdadeira planificação da economia para salvar nossa industria, nossos empregos. Foi explicado que o mercado de trabalho brasileiro é o que tem a maior rotatividade de força de trabalho e que muitos estudos indicam sobre a necessidade de impedir o fechamento de postos de trabalho. Foi explicado a necessidade e os motivos pelos quais os trabalhadores da Flaskô entendem que as fábricas quebradas devem ser expropriadas e estatizadas e mais do que isso feito um convite ao BNDES e as cooperativas de reciclagem que lutem para serem todas estatizadas constituindo uma grande empresa estatal de reciclagem, que ajudaria a natureza, ajudaria a economizar com a reciclagem de matérias, ajudaria a colocar o Brasil em um setor importante e que cresce pela mundo e mais do que tudo isso, ajudaria a luta dos trabalhadores e a economia nacional dando passos no sentido de uma planificação democrática, controlada pelos interesses dos trabalhadores e não submetidas ao capital.

Por fim foi feita uma reunião com a Unisol, onde se iniciou um debate sobre a polêmica, mas que não se desenvolveu muito, mas foi dado encaminhamentos no sentido de que todos devem apoio as lutas em defesa dos empregos.

Foi também feito um conversa com Angelo Fucks responsável pelo Setor S (Social) do BNDES sobre a situação concreta e dado encaminhamentos de continuidade das conversas.

Os trabalhadores da Flaskô entendem o BNDES deve cumprir um verdadeiro papel social salvando empregos e não apenas ajudando o grande capital. Voltaremos a esta questão em nova matéria.

10/11

REUNIAO NO MINISTÉRIO DA FAZENDA

Na última terça-feira, 10/11, o Secretario Executivo do Ministério da Fazenda Nelson recebeu o coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô Pedro Santinho e o Deputado Joao Paulo Cunha em seu Gabinete. A reunião se inicio com o Deputado apresentando e explicando a partir da carta da Procuradoria da fazenda de Campinas (Ver abaixo) a posição dos trabalhadores da saída para salvar os empregos a partir da adjudicação pela Fazenda Nacional da fábrica, estatizando ela. E assim retirar as atuais ameaças que já passam de mais de 200% de penhora da faturamento que há e que os trabalhadores da Flasko não impedidos de cumprir pois levaria ao fechamento da Fábrica. O deputado insistia que é possível adjudicar a fábrica. E houve uma verdadeira discussão onde o Sr Nelson Machado afirmou que não está na política do atual governo estatizar empresas. Tanto o deputado quanto o coordenador da Flasko explicaram que o governo durante a crise adotou várias medidas para salvar o capital, desde a compra de bancos, empresas e a liberação de bilhões e bilhões para salvar o grande capital e que neste caso, um verdadeiro caso social seria muito simples. Mas o Sr. Nelson Machado insistia que não interessa ao governo esta medidas. E que se houvesse outro ministério ou empresa estatal que se mostrasse interessada “algo poderia ser feito”. Mas nada de concreto foi encaminhado. Nos parece claro a política do governo.

O única encaminhamento foi reconfirmar a reunião na Procuradoria da Fazenda que já havia sido marcado pelo Sr Deputado Joao Paulo.

10/11

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL

A mesma discussão foi feita na Procuradoria da Fazenda Nacional novamente apresentado as propostas de estatização pelo Sr Deputado e pelo Coordenador do Conselho. Mais uma vez a recusa em cada um dos pedidos, inclusive sobre a discussão dos processos de responsabilidade criminal que o governo federal está movendo contra os trabalhadores. Foi afirmado que há processos contra trabalhadores da Cipla responsabilizando-os criminalmente por apropriação indébita, que nunca houve, e também contra o coordenador do Conselho da Flaskô.

Também foi informado sobre a necessidade de suspender as penhoras de faturamento, sobretudo diante da absurda penhora de 220% (já subiu no ultimo mês, era 168%) do faturamento. Para todos entenderem isto é a obrigação de depositar tudo o que a fábrica vende, o que é sabido que leva ao fechamento imediato da fábrica.

A única proposta da procuradoria foi entra no refis que o governo lançou com prazo até novemebro e passar a pagar em torno de 300 mil reais das dividas dos antigos patrões. Uma proposta absurda pois não há dinheiro para isto, e nunca foi feito isto com o patrões.

Mais do que isso precisamos lembrar que: “O governo federal sancionou a Lei nº 11.945, de 4 de junho de 2009, que dispensa as empresas de apresentar Certidão Negativa de Débitos (CND) para obter empréstimos e refinanciamentos. Isto é, de apresentar este documento aos Bancos Públicos Federais, pois é certo que os bancos privados não aceitarão colocar seu dinheiro em risco, emprestando dinheiro para patrões caloteiros. Mas os bancos públicos podem emprestar aos caloteiros o dinheiro do povo. Mais uma vez o governo atende aos patrões...”

E não esquecer o que já explicamos: “

“Penhorar os dividendos fica mais difícil”. Alegando equalizar procedimentos de cobrança a partir da criação da Super Receita, o governo revogou um artigo da Lei da Seguridade Social que proibia a apropriação e distribuição de lucros quando a empresa devia ao INSS. Mais uma vez o governo legisla, isto é, faz lei e as executa para salvar os patrões.”

E para os trabalhadores da Flaskô nada.

CONTINUAREMOS NOSSA LUTA E RESISTIREMOS

11/11 MARCHA DA CLASSE TRABALHADORA À BRASÍLIA

Uma delegação de um ônibus de trabalhadores da Flaskô saiu na noite de 10/11 para participar da 6 Marcha da Classe Trabalhadora convocada pela CUT em defesa da redução da jornada sem redução dos salários para 40 horas e também contra a criminalização dos movimentos sociais. Esta foi uma importante marcha pois contou com a participação pela primeira vez do Movimento Sem Terra e recolocou estas questões na ordem do dia.

Os trabalhadores da Flaskô destruição uma carta explicando aos ativistas de todo o Brasil a sua luta e mostrando que na prática é possível reduzir a jornada e convidando-os a conhecerem a experiência em Sumaré que hoje trabalho com 30 horas semanais sem redução dos salários.

Palácio do Planalto

Os trabalhadores além de participar da Marcha fizeram uma passeata até o Palácio do Planalto para protocolar documento reafirmando as exigências ao presidente e pediram para serem recebidos. No entanto nenhuma resposta foi dada.

Conselho Nacional de Justiça

Uma delegação também foi ao Conselho Nacional de Justiça apresentar denuncia contra os juízes que tem adotado medidas contra os trabalhadores exacerbando inclusive seus poderes.

Comissão de direitos humanos

Outra delegação foi a comissão de direitos humanos exigindo que se adotem medidas contra a criminalização e perseguição aos dirigentes e explicando que a luta em defesa dos empregos é uma luta por um direito elementar, isto é, deveria estar protegido pelos direitos humanos.

Ministério da justiça

Os mesmos pedidos foram encaminhados ao Ministério da Justiça.



VISITA DA SECRETARIA DE ECONOMIA SOLIDARIA NA FLASKÔ

No dia 13/11 o Sr Secretário Adjuntor Fábio José Bechara Sanches da Secretaria de Economia Solidaria visitou a Flaskô para conhecer de perto nossa experiencia.

Passou 4 horas visitou inicialmente e produção conhecendo como a fabrica funciona o que produz, a democracia da gestao operaria e conversando com os trabalhadores. Em seguida foi conhecer a Fábrica de Cultura e Esportes, construida em uma Barracao que estava desativado e que hoje abriga dezenas de atividades esportivas e cultuais. Também foi visitar a Vila Operaria construida com 360 moradias no terreno da fábrica em uma luta para resolver um sério problema da classe trabalhadora que é a moradia.

A visita foi muito importante e o Sr Fábio afirmou que nossas relações e o trabalho social está de parabens.

Ao final uma reuniçao com membros do conselho de fábrica deu alguns encaminhamentos práticos.


Conclusões iniciais

No próximo dia 28/11 haverá um Seminário na Flaskô no qual vamos discutir a continuidade de nossa luta e os caminhos de unidade com a luta pelos empregos e pelas reestatizações. Neste encontro discutiremos a apresentação de um projeto de lei de anistia ao movimento que vem sendo criminalizado, um projeto de lei de estatização da fábrica, transformando-a em propriedade social controlada democraticamente pelos trabalhadores.

Será fundamental neste ultima semana reforçar a presença das delegações para ampliarmos nossa força e nossa voz.

Pedro Santinho

Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô

Movimento de Fábricas Ocupadas

(11) 9930-6383

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Assista

Camaradas,

 

Informamos a todos que nesta sexta, 20 de novembro as 23h será exibido no MULTISHOW, da TV a cabo, matéria sobre a Flaskô do Programa Conexões Urbanas. Apresentado por Jose Junior do AfrorReggae.

Será muito importante e por isso pedimos a todos que ajudem a divulgar e assistam.

Enviem a sua lista de contatos, coloquem em seus orkuts, twiter e outros.

Tenham a certeza que será muito importante.... vejam uma mostra no link abaixo....

 

CLICK ABAIXO E VEJA A CHAMADA NO YOUTUBE

 

http://www.youtube.com/watch?v=9pUnsHQohPA

 

 

Pedro Santinho

 

AfroReggae
16 de novembro de 2009

(mais informações)

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O Conexões Urbanas desta sexta-feira (20/11) desembarca em Sumaré, interior de São Paulo, para conhecer a Fábrica Flaskô, que desde junho de 2003 está ocupada e produzindo sob controle dos funcioná...  

O Conexões Urbanas desta sexta-feira (20/11) desembarca em Sumaré, interior de São Paulo, para conhecer a Fábrica Flaskô, que desde junho de 2003 está ocupada e produzindo sob controle dos funcionários. Jose Junior conversa com alguns deles: João Evangelista, Wanderci Bueno, Isvaldo Costa Neto (Chaulin), Fernando Gomes, Pedro Além Santinho, Elizen Domingues e Luiz Antônio, que contam como estão buscando negociação com o Governo Federal, reuniões nos ministérios e audiência com parlamentares em Brasília para encontrar uma solução. Junior também entrevista o Dr. Agostinho do Nascimento Neto, procurador regional da Fazenda Nacional da 3ª Região SP/MG.
O Conexões Urbanas é apresentado por Jose Junior. Rafael Dragaud assina a direção e a produção é do AfroReggae. Com direção de fotografia de Alexandre Ramos, o programa aborda temas complexos de forma descontraída, no ar todas as sextas-feiras, no Multishow, às 23h.

HORÁRIOS ALTERNATIVOS: SÁBADO, 21/11/2009 - 14h15; DOMINGO, 22/11/2009 - 08h30; SEGUNDA, 23/11/2009 - 13h; TERÇA, 24/11/2009 16h e QUARTA; 25/11/09 - 5H30

Siga Jose Junior no http://twitter.com/JJAfroReggae

Patrocínio: Banco Real/Grupo Santander, Petrobras e Governo do Estado do Rio de Janeiro

Categoria:  Entretenimento

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Chávez manda expropriar INAF....

 

Presidente Chávez ordenou a expropriação da  Industria Nacional de Artículos de Ferretería (torneiras) (INAF)

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E-Mail

 

escrito por Aporrea   

segunda feira, 9 de novembro 

O Presidente Chávez ordenou a expropriação da Industria Nacional de Artígos de Ferretería (INAF) (fabrica de torneiras)

O Presidente Chávez no programa de TV Alô Presidente, no domingo, dia 8 de novembro ordenou que se iniciasse o processo de expropriação da Industria Nacional de Artígos de Ferretería (INAF) localizada na cidade de Cágua no Estado de Aragua.

O Presidente em seu programa dominical comentou que em dias passados havia assistido um vídeo (Informe Semanal de Economia na VTV) onde os trabalhadores expunham sua situação. A partir daí perguntou onde se localizava a empresa, isso porque no vídeo não ficava claro onde ela estava localizada. Passadas algumas horas a informação chegou ao Presidente e ele de imediato ordenou que se iniciasse o processo de expropriação.

Aporrea.org comunicou-se por telefone com o Presidente da Cooperativa Inmanfer  José León que informou que naquele momento se encontravam na fábrica os funcionários do Ministério de Ciência e Tecnologia e Industriais Intermediárias levantando informações sobre a empresa.

León disse que a INAF está sob controle dos trabalhadores desde 8 de junho de 2006, quando os patrões se foram e a abandonaram porque não tinham como pagar os trabalhadores.

León manifestou que desde 2006 se iniciou um longo périplo por todas as instituições do Estado levando e trazendo informações e papeis na busca da expropriação.

"Fizemos de tudo, me pediram projetos, os fizemos; nos pediram análises  econômicas, as entregamos; nos pediram formação sócio política, fizemos cursos e oficinas ideológicas; em fim, cumprimos com tudo que nos pediam, porém a expropriação não saía".

Atualmente na fábrica trabalham 60 trabalhadores, temos produzido sem crédito e nem apoio dos bancos.

Os trabalhadores estão reunidos e esperam com muita alegria que este sonho se transforme em realidade.

 


--
wanderci silva bueno

terça-feira, 3 de novembro de 2009

SEMINÁRIO EM DEFESA DOS EMPREGOS, PELA (RE)ESTATIZAÇÃO E PELO CONTROLE OPERÁRIO

CONVITE:

 

SEMINÁRIO EM DEFESA DOS EMPREGOS, PELA (RE)ESTATIZAÇÃO E PELO CONTROLE OPERÁRIO

Local: Fábrica Ocupada Flaskô – no salão da Fábrica de Cultura e Esportes

 

Companheiros,

 

Por iniciativa dos trabalhadores da fábrica ocupada Flaskô, em discussão com os sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, do Sindicato dos Ferroviários de Bauru, MT e MS, do Sindicato dos petroleiros de São Paulo e do Rio de janeiro, decidimos organizar este seminário para apresentar nossas lutas, discutir, compartilhar experiências, e mais do que isto, tirar conclusões de unidade e ação para dar passos concretos em nossos lutas, com toda a liberdade de cada organização ou militante individual, mas sobretudo sempre na defesa dos interesses de nossa classe.

Após acompanhar a histórica luta dos ferroviários contras as privatizações na década de 90, depois a luta pela revitalização da ferrovias e sua reestatização, vimos as multinacionais atacarem os trabalhadores no últimos período e uma brava resistência, a partir de uma greve, aos ataques. Por isso precisamos avançar. Vimos também a luta dos trabalhadores na Embraer contra as demissões e a importante campanha pela reestatização deste setor estratégico de nossa econômica. Os ataques, incluindo fechamento de minas, continuarem mesmo após os lucros astronômicos na Vale do Rio Doce. O que nos colocam questões: como construir a unidade de nossas lutas, como nos apoiarmos cotidianamente em nosso combate, como avançarmos na luta de nossa classe, dentro de nossa diversidade e respeitando-as?

Com ajudar a levar a vitória a experiência de quase 7 anos de luta na Flaskô, salvando os empregos dos trabalhadores.

Para discutir isto convidamos todos para este seminário.

 

Programação:

8H AS 9H RECEPÇÃO DOS DELEGADO

9 h abertura

Mesa:

a) A luta em defesa do Petróleo 100% estatal, sindicato dos petroleiros 15’

b) A luta em defesa dos empregos na Embraer e pela reestatização– Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos 15’

c) A luta em defesa dos emprego pela revitalização das ferrovias, pela reestatização – Sindicato dos Ferroviários de Bauru, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul 15”

d) A luta pela Reestatização da vale do Rio Doce – Sindicato dos Metalúrgicos 15’

e) A Defesa da Fábrica Ocupada Flaskô, controle operário e a luta pela estatização – 15’

Discussão sobre Crise Econômica e Perspectivas para os Trabalhadores

Debate durante uma hora

 11 H 30 ENCAMINHAMENTOS E ENCERRAMENTO

 

12H 30 VISITA A FÁBRICA E A FÁBRICA DE CULTURA E ESPORTES

 

SOLICITAMOS QUE CONFIRMEM SUAS PRESENÇAS ENTRANDO EM CONTATO COM:

mobilizaçãoflasko@yahoo.com.br

19 – 8170-2846

 

Pedro Santinho

Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô

Movimento de Fábricas Ocupada

(11) 9930-6383

http://www.defenderaflasko.blogspot.com/

 

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Todo apoio à FAG - Abaixo o governo Yeda Crusius!

 

Protesto não é crime, nenhum passo atrás! – crônica do ataque policial-estatal sofrido pela FAG

Sábado 31 de outubro de 2009, Porto Alegre – RS, Brasil

 

A Federação Anarquista Gaúcha (FAG) agradece fraternalmente a solidariedade que está sendo manifestada e reafirma seus princípios frente ao ocorrido no dia 29 de Outubro, em Porto Alegre. Homens e mulheres livres, dotados de ideais e certos do direito que tem de expressá-los política e socialmente seguem íntegros.

 

Na tarde do dia 29 de Outubro foi deflagrada a execução pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul de dois mandados judiciais (Justiça Estadual) de busca e apreensão na sua sede pública em Porto Alegre e no endereço de hospedagem do site vermelhoenegro.org na cidade de Gravataí. Em tais ordens constava o recolhimento de material impresso de propaganda, computador (CPU) e demais objetos relacionados à queixa criminal. Os agentes do Estado inicialmente tentaram arrombar o portão conforme testemunho de vizinhos do local, já que a sede estava fechada naquele momento. Após a entrada no local, mediante a leitura do mandado, iniciaram a busca no interior do imóvel por cartazes, boletins informativos e demais documentos ao mesmo tempo em que desligaram o telefone, alegando que durante aquela execução não se pode usar tal meio. O agravante é que além do cartaz requerido pela ordem judicial, no qual a governadora é responsabilizada junto à Brigada Militar (polícia militar estadual) pelo assassinato de Eltom Brum da Silva, levaram o estoque de arquivo de outras produções impressas de opinião política e informação, como um arquivo de cartazes reivindicando a saída da governadora e denunciando a ingerência do Banco Mundial no seu projeto político. Este material é parte da campanha pública deflagrada pela FAG dentro do contexto de uma ampla campanha de mobilização sindical e popular que vem se desenvolvendo há pelo menos um ano neste estado.

 

 

Na tarde do dia 29 de Outubro foi deflagrada a execução pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul de dois mandados judiciais (Justiça Estadual) de busca e apreensão na sua sede pública em Porto Alegre e no endereço de hospedagem do site vermelhoenegro.org na cidade de Gravataí. Em tais ordens constava o recolhimento de material impresso de propaganda, computador (CPU) e demais objetos relacionados à queixa criminal. Os agentes do Estado inicialmente tentaram arrombar o portão conforme testemunho de vizinhos do local, já que a sede estava fechada naquele momento. Após a entrada no local, mediante a leitura do mandado, iniciaram a busca no interior do imóvel por cartazes, boletins informativos e demais documentos ao mesmo tempo em que desligaram o telefone, alegando que durante aquela execução não se pode usar tal meio. O agravante é que além do cartaz requerido pela ordem judicial, no qual a governadora é responsabilizada junto à Brigada Militar (polícia militar estadual) pelo assassinato de Eltom Brum da Silva, levaram o estoque de arquivo de outras produções impressas de opinião política e informação, como um arquivo de cartazes reivindicando a saída da governadora e denunciando a ingerência do Banco Mundial no seu projeto político. Este material é parte da campanha pública deflagrada pela FAG dentro do contexto de uma ampla campanha de mobilização sindical e popular  que vem se desenvolvendo há pelo menos um ano neste estado.

 

Conforme comunicado pelos agentes da Polícia Civil o processo está embasado na queixa de injúria, calúnia e difamação contra a FAG movido pela governadora Yeda Crusius (PSDB) referente ao termo “assassina” publicado em panfletos, cartazes e página web.  Também foram apreendidos outros documentos não relacionados ao fato, assim como uma coleção de discos de arquivo de backup e do próprio CPU. Perguntavam por armas e drogas, numa tentativa clara de nos criminalizar assim como sobre quem toma as decisões, quem são os responsáveis, como funciona a FAG, se tem registro jurídico formal enquanto associação ou entidade. Buscavam também, com um segundo mandado semelhante o endereço e o responsável pela página do site da internet, havendo uma ameaça clara de cerceamento da liberdade de expressão também neste veículo assim como da tentativa de criminalização do seu responsável técnico, o qual não foi localizado. O responsável pelo endereço físico do portal foi levado à 17ª delegacia e apreendido neste local – em Gravataí (Região Metropolitana de Porto Alegre) também o CPU do seu computador, um palm-top de uso pessoal e arquivos de documentos antigos da FAG, que permaneceram lá guardados ao longo dos anos, como cartazes, revistas e informativos diversos.

 

No total, a repressão política impetrada pela governadora terminou identificando e levando para interrogatório a quatro pessoas. As oitivas se deram na 17ª delegacia de Polícia Civil em Porto Alegre, agora seguindo o inquérito, possível indiciamento e posterior processo judicial contra os indivíduos identificados e responsabilizados pela referida campanha pública de difusão de opinião, em nome da FAG, sobre o assassinato de um companheiro do MST na fazenda Southall em São Gabriel (Fronteira Oeste), ocorrido em 21 de agosto deste ano. Reiteramos porém que não apenas os ditos materias ofensivos foram apreendidos, mas vários arquivos de textos e discos, documentos políticos, atas de encontros e reuniões, inclusive objetos já descartados caracterizados como lixo e também que a ameaça de exclusão do site vermelhoenegro.org está clara. Assim, alertamos a todas as companheiras e companheiros, incluindo aqueles que se solidarizam conosco, cientes do motivo caso sejamos excluídos, ou melhor, censurados, em nossa página na internet.   

 

O episódio do assassinato do sem-terra Eltom Brum da Silva, a luta de idéias, a propaganda e agitação produzidas pela FAG sobre os fatos motivaram a queixa de injúria, calúnia e difamação que resultaram em busca e apreensão do material difundido na semana seguinte ao dia 21 de Agosto de 2009. Em São Gabriel, no sul do país, o colono Sem Terra foi covardemente morto com um tiro de calibre 12 pelas costas, havendo inclusive relatos discordantes quanto ao responsável direto pela morte. Este fato é fundamental, já que uma pergunta que fazemos é: independente da patente daquele que segurava a arma com munição letal e da sua intenção ou dolo, não são os governantes os responsáveis pelas polícias e demais instituições do Estado?  

 

No topo da cadeia hierárquica são os governadores dos estados brasileiros os chefes máximos das polícias estaduais (Civil e Militar), portanto é a governadora Yeda Crusius no Rio Grande do Sul, assim como seria em qualquer outro estado do país, a responsável direta por qualquer ato de seus comandados diretos. Mas há ainda outras considerações importantes. As políticas públicas implementadas pelos governos são também responsabilidade de quem as define e executa, mais uma vez representado no seu chefe, o governador. Não somente a fato do assassinato de um Sem Terra em 2009, caracterizado pela própria mídia tradicional como político, mas também as conseqüências das políticas para a educação e saúde públicas, da criminalização da pobreza nas periferias urbanas e no campo, assim como sobre os movimentos sociais e sindicatos são bandeiras legítimas que vários setores do povo organizado vêm levantando a mais de ano contra este governo. Não há casos isolados, mas um endurecimento dos dispositivos de criminalização e repressão brutal a todos estes setores, como por exemplo, na greve dos bancários e dos professores estaduais em 2008 e a tentativa de criminalização da oposição dos servidores públicos liderada pelo CPERS-sindicato, de longa trajetória de lutas. Não podemos tampouco omitir o processo político deflagrado junto ao Ministério Público estadual contra o MST, uma conspiração de Estado, também com o firme propósito de criminalizá-lo.

 

Outro agravante deste governo são os efeitos a curto, médio e longo prazo do empréstimo com o Banco Mundial, por exemplo, a tentativa de venda da Pampa para os interesses das papeleiras, a prevalência do agronegócio sobre a agricultura familiar e o financiamento direto e indireto dos grupos e corporações nacionais e multinacionais. Enfim, se aplica o plano estratégico neoliberal para o RS publicamente conhecido na agenda 2020 e estas metas são responsabilidades de todos os que compõem o governo com funções políticas (1º, 2º e 3º escalão) e principalmente da governadora Yeda Crusius, evidente defensora do seu projeto de governo, ou melhor, do projeto das elites que a sustentam e dos interesses que estas representam.

 

Não ignoramos o papel das classes dominantes como agentes decisivos na política e da sua influência no jogo de interesses que caracterizam os governos de turno do estado do RS. Aqui estão presentes os interesses dos latifundiários e do agronegócio e toda sua cadeia depredatória, como a indústria da celulose, o deserto verde, a exploração das reservas de água, a tentativa de criminalização do MST, o fechamento das escolas itinerantes dos acampamentos, etc.. . Também estão em jogo os interesses daqueles que vivem do roubo sistemático contra o povo, da corrupção institucionalizada, da banca estelionatária e criminosa, da velha ordem de tirar vantagem, de desprezar o povo e fundamentalmente seus direitos e sua capacidade de rebelar-se. São inúmeras as denúncias e evidências de corrupção escandalosa assim como foram muitas as tentativas de desqualificar e impedir os sindicatos, as categorias e movimentos sociais de manifestarem seu repúdio, sua opinião.

 

A política de retirada de direitos dos trabalhadores, muitos deles conquistados orgulhosamente com muito combate desde os sindicatos de resistência há mais de cem anos, não é exclusividade do governo Lula. Aqui no RS o governo Yeda Crusius tomou e vem tomando várias medidas de cerceamento, repressão e criminalização contra os professores estaduais e seu o sindicato (CPERS), assim como de seus dirigentes. As escolas públicas estaduais passaram a ser um negócio entre o governo e organizações privadas, as fundações educacionais, verdadeiras cloacas de dinheiro público com sua lógica de gestão e seus interesses, onde quem ganha são os de sempre e quem perde é o povo. As conquistas de décadas de lutas das categorias dos trabalhadores da educação vêm sendo combatidas arduamente pela atual política para a educação no governo estadual, antes também personificado na figura de Mariza Abreu, ex-secretária de educação, logo também responsável pelas conseqüências do projeto que defende.

O CPERS junto a vários outros sindicatos dos serviços públicos estaduais organizados no Fórum dos Servidores e com diversos setores dos movimentos populares, sindical e estudantil vem denunciando e posicionando-se contrários publicamente a essas políticas e suas conseqüências. A campanha, chamada “Fora Yeda”, na qual somamos esforços, é  onde está contextualizada a luta de propaganda e agitação que motiva o processo contra a FAG.

 

Queremos registrar a solidariedade que foi manifestada prontamente por vários companheiros, entidades, sindicatos, veículos de comunicação alternativos, da comissão de direitos humanos do MST, do Cpers-sindicato na presença de sua presidente e vice já em nossa sede durante a operação policial, assim como da disponibilização das assessorias jurídicas deste e de outros sindicatos. Temos a solidariedade como um princípio e estamos enaltecidos com tantas manifestações que recebemos e certamente seguiremos recebendo de tantos estimados companheiros, como as já manifestadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT-Espanha) e nossa co-irmã, a Federação Anarquista Uruguaia (FAU).

Nos exemplos de Sacco e Vanzetti reafirmamos que a natureza criminal das classes dominantes, suas elites dirigentes, do sistema capitalista seguirá colidindo com o antagonismo e a vigência de nossas lutas, de nossos princípios e acima de tudo do direito a liberdade pelo qual seguiremos peleando. Com um olhar firme no horizonte libertário que buscamos, com a dignidade de combatentes e a solidariedade com as classes oprimidas, aos povos que lutam, suas ânsias por construir desde o presente caminhos rumo a uma nova sociedade, nenhum passo atrás é a palavra de ordem.

 

Que a ofensa feita a um seja a luta de todos!

 

Pelo socialismo e pela liberdade,

 

Não tá morto quem peleia!

 

Federação Anarquista Gaúcha