segunda-feira, 22 de junho de 2009

Resistência aos Ataques Jurídicos contra os Trabalhadores da Flaskô


Resistência aos Ataques Jurídicos contra os Trabalhadores da Flaskô
Pressão dos trabalhadores na Procuradoria da Fazenda Nacional.

Sumaré, 22 de Junho de 2009
Por Alexandre Mandl



Os trabalhadores da Flaskô estiveram na data de hoje na sede da Procuradoria da Fazenda Nacional em Campinas, protocolando um documento no qual aponta as diversas ilegalidades que estão sendo cometidas, exigindo-se, por isso, a imediata retirada da intimação para que o coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô, Pedro Alem Santinho, nomeie bens pessoais por conta de dívidas patronais, assim como a suspensão dos processos de penhora de faturamento. Para tanto, exigem uma reunião com a Dra. Giuliana Lenza, responsável pelos ataques aos trabalhadores, e com o Dr. Luís Inácio Adams, Procurador-Geral da Fazenda Nacional, que já nos atendeu, e que trabalha em Brasília, para que esta situação se resolva com a urgência que se faz necessária.
À tarde, ao retornar à fábrica, nos deparamos com o oficial de justiça, da Vara do Anexo Fiscal de Sumaré, que nos apresentou mais cinco mandados de intimação de penhoras de faturamento contra a Flaskô, e, pior, em nome de Pedro Alem Santinho, por ser o Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô. São mais cinco, e que somadas com as outras oito que já existiam, totalizam-se 124% do faturamento[1]! E, não tenhamos dúvidas, a ofensiva continua, e novas intimações virão.
O absurdo é tremendo. Querem fechar a Flaskô. A Dra. Giuliana, em reunião no dia 27 de fevereiro afirmou, com uma simplicidade assustadora: “A Flaskô não tem jeito. Temos que fechar. E fábricas fecham. Fazer o quê? Eu não posso fazer nada. Tenho ordens de fechar empresas com dívidas”.
Será que ela diz isso, pois não percebe que ao fechar a Flaskô acabará com a dignidade de 60 trabalhadores? Ou, sem “ingenuidade”, justamente por não se preocupar com estes trabalhadores e com uma experiência de gestão operária, que questiona a propriedade privada dos meios de produção, e que tiveram que retomar a produção para garantir seus empregos e dignidade, o interesse seja de fato fechar a Flaskô?
Será que ela não pode fazer nada, como diz? Sabe-se que pode e deve. A legislação vigente permite suspender as execuções por meio de suas unificações, como sempre pedimos e como é feito diariamente com diversas empresas. Mas, não somente não cumpre o que a lei determina, ao permitir o acordo, como ela aumenta os ataques com o objetivo de liquidar com os trabalhadores da Flaskô.
É esta a conclusão ao ver o outro elemento dito. Se ela diz ter ordens de fechar empresas com dívidas, a hipocrisia não podia ser maior. É público e notório que a maior parte das empresas possuem dívidas. Algumas são enormes, como as grandes transnacionais, ou mesmo as “nacionais” Vale, Embraer, Petrobras; mas, nem por isso, a “ordem” seja para fechar, pelo contrário.
O que vemos é o BNDES salvando o lucro dos capitalistas, mesmo que ao custo de milhares de demissões. Assim, não restam dúvidas que a intenção dos capitalistas é acabar com a última experiência de gestão de trabalhadores, e, por conseguinte, com os operários da Flaskô. A “ordem” é outra... por que será? Quem define qual ordem deve ser dada a quem? Sabe-se que a Procuradoria da Fazenda Nacional é vinculada ao Ministério da Fazenda...
Se não bastasse tudo isso, verificamos que os ataques aumentam com a criminalização dos trabalhadores da Flaskô, por meio da intimação de que seu representante eleito, coordenador do Conselho de Fábrica, seja responsabilizado com seus bens pessoais, por dívidas deixadas pelos patrões. Quanta hipocrisia! Passaram-se anos de repleta inadimplência fiscal, e a Procuradoria da Fazenda Nacional, responsável para processar os devedores, nada fez. Em menos de seis meses, a Procuradoria não somente não reconhece a legitimidade do Conselho como gestores da fábrica para a realização de um acordo para a suspensão dos processos de execução, como reconhece, por outro lado (veja o absurdo), ao querer responsabilizar, inclusive pessoalmente, os trabalhadores por dívidas deixadas pelos patrões.
Os capitalistas utilizam-se do poder judiciário para atacar a classe trabalhadora. Com a Flaskô, a intencionalidade é clara: acabar com a gestão de operária. No entanto, exploradores, não tenham dúvida: denunciaremos politicamente estes absurdos, nos mobilizaremos e resistiremos! O que exigimos está fundamentado na própria lei que vocês construíram, e nosso interesse é garantir os empregos e a dignidade dos trabalhadores. Todos sabem que as dívidas são patronais. Vão atrás deles! Os ataques e a hipocrisia com o tratamento “diferenciado” chegaram ao extremo... o que mais vocês pretendem? Nós, sabemos muito bem o que fazer...

Para compreender melhor o caso:

O movimento das fábricas ocupadas é protagonista de uma luta fundamental para a classe trabalhadora. A perspectiva da expropriação dos meios de produção, por meio da estatização sob o controle operário, coloca em pauta a emancipação proletária. Por isso, os ataques contra a resistência dos trabalhadores da fábrica ocupada Flaskô, em Sumaré/SP, tomam novas dimensões justamente no momento em que completa seis anos de luta.

O poder judiciário mostra a sua classe
Por não ter representantes partidários, cria-se o mito de “Justiça” e neutralidade. Não é à toa que os capitalistas se utilizam cada vez mais do Judiciário para atacar os trabalhadores. A criminalização dos movimentos sociais é um exemplo claro disso. O processo de judicialização dos conflitos sociais, ou seja, a transferência dos conflitos sociais para a esfera jurídica é o resultado desta estratégia da classe dominante. Lembremos que para atacar o movimento das fábricas ocupadas, o golpe veio via Justiça Federal. Na Flaskô, a estratégia é esta, só que de forma mais sutil e disfarçada.
Por meio da Procuradoria da Fazenda Nacional, órgão competente para executar as dívidas de impostos, absurdos jurídicos vêm sendo cometidos e que explodiram há dois meses. Por conta das dívidas fiscais patronais, querem responsabilizar os trabalhadores da Flaskô. A gestão operária possui interesse em pagar os tributos devidos pelos patrões, por meio da unificação das execuções fiscais, com o pagamento de uma porcentagem do faturamento mensal, conforme garante a própria legislação burguesa (artigo 28 da Lei de Execução Fiscal). Tal dispositivo é usado para todas as empresas. No entanto, eles argumentam que o conselho de fábrica não é o legítimo representante da Flaskô para assinar este acordo. Por outro lado, considera que o representante legal é o conselho de fábrica quando é para responsabilizar pela dívida, nomeando-se como fiel depositário. Ou seja, para eles, o conselho de fábrica só é legítimo quando é para atacar a gestão dos trabalhadores. Esta é a enorme contradição.
Os absurdos se aprofundaram com as determinações das penhoras de faturamento. Ao dizer que os leilões de máquinas restavam infrutíferos (pois dizemos que “se arrematar não vai levar”), a ofensiva da classe dominante foi, por meio da Procuradoria, requerer a penhora de faturamento da fábrica. Tal medida é ilegal pela própria legislação vigente. A lei diz que a penhora de faturamento é excepcional, e, ainda, que não se pode penhorar capital de giro, muito menos penhorar valor alimentício (artigo 621, I, do Código de Processo Civil). Ora, não restam dúvidas que o faturamento da Flaskô não é lucro, e nem mesmo é capital de giro, servindo apenas para pagar os salários e direitos dos trabalhadores. Assim, o mesmo não pode ser penhorado.
Não obstante, há um mês, com estes mesmos argumentos, penhoraram a conta da Associação dos trabalhadores. Combatemos e conseguimos comprovar, provisoriamente, que o bloqueio era indevido, demonstrando que a conta da associação serve para movimentar o fluxo financeiro da fábrica com o objetivo único de manter a fábrica aberta e pagar os salários dos trabalhadores.
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A última cartada
Quando imaginávamos que os ataques já estavam no limite, eis que surge um novo golpe. A Procuradoria da Fazenda Nacional, órgão judicial que na prática responde ao Ministério da Fazenda, por conta de dívidas da gestão patronal, requereu a penhora de bens pessoais de Pedro Alem Santinho, coordenador do conselho de fábrica da Flaskô. Ele amanheceu com um oficial de justiça em sua residência. Trata-se de uma imensa ilegalidade. Para ser atingido bens pessoais de sócios nas empresas, é necessário a desconstituição da personalidade jurídica (artigo 50 do Código Civil). Tal fato não ocorreu neste caso, e, caso ocorresse, como muitas vezes inclusive requeremos, os responsáveis são os patrões que constam no contrato social. Não bastasse isso, Pedro é um representante eleito pelos trabalhadores, e exerce seu mandato como representante do coletivo de trabalhadores, não podendo ser responsabilizado individualmente. Assim, o que se verifica é a agressão contra a classe trabalhadora, simbolizada na luta histórica dos trabalhadores da Flaskô.
A defesa jurídica está feita, mas não temos dúvida de que a solução é denunciar politicamente estes ataques contra a Flaskô. Como militantes marxistas revolucionários, temos que ter claro o papel do Poder Judiciário e combater a criminalização sofrida pela classe trabalhadora. Que os capitalistas não ousem duvidar da capacidade dos trabalhadores da Flaskô! Resistiremos!

[1] Os processos podem ser consultados pela internet: http://www.tj.sp.gov.br/ , na Comarca de Sumaré, pelo índice de processos de execução fiscais. Segue abaixo a relação dos processos que a Procuradoria da Fazenda Nacional requer a penhora de faturamento e a nomeação de Pedro Alem Santinho, como fiel depositário:
3501/04 – penhora de 20%;
6288/05 – penhora de 10%;
3452/99 – penhora de 10%;
3399/04 – penhora de 10%;
5011/96 – penhora de 5%;
5002/96 – penhora de 5%;
5006/96 – penhora de 20%;
2809/02 – penhora de 10%;
4995/96 – penhora de 10%;
3565/06 – penhora de 2%;
1518/97 – penhora de 2%;
2805/02 – penhora de 20%.

Documento da Procuradoria da Fazenda Nacional em Campinas



































Trabalhadores da Flaskô vão exigir fim dos ataques na Procuradoria da Fazenda em Campinas



















(Thiago, Leo e Luís, trabalhadores da Flaskô, ao protocolarem requerimento da Flaskô na sede da Procuradoria da Fazenda Nacional em Campinas/SP).

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Continuam as medidas de criminalização da Fábrica Ocupada Flaskô


Continuam as medidas de criminalização da Fábrica Ocupada Flaskô


No último dia 08 de junho, o dirigente da fábrica ocupada Flaskô, Pedro Alem Santinho, foi intimado em sua residência pela Justiça Federal a pagar uma dívida dos antigos patrões da Flaskô, inclusive com ameaça de penhora de seus bens pessoais. Este é apenas mais um ataque contra a luta dos trabalhadores da fábrica ocupada Flaskô; um crime contra a luta dos trabalhadores de todo o Brasil que se levantam cada vez mais para defender seus direitos seus empregos. Um ataque que tem como objetivo calar os lutadores de todo o Brasil.
Para entender o caso.
Os antigos patrões da Flaskô durante mais de 10 anos, de 1990 a 2002 deixaram de pagar os impostos, os direitos dos trabalhadores e, mais do que isso, prepararam a quebra da fábrica a partir da sua pilhagem, assim como fazem muitos empresários diante da crise.
Ao contrário da rotina, em 12 de junho de 2003, os trabalhadores, após 03 meses de salários atrasados, decidiram ocupar a fábrica e assumir seu controle para manter a produção e os empregos.
Os trabalhadores, em conjunto com o Movimento das Fábricas Ocupadas, decidiram lutar pela estatização sob controle operário como única medida que poderia garantir os empregos e os direitos diante da dívida dos antigos patrões com os impostos federais chegava a 70 milhões de reais.
Grandes mobilizações foram feitas durante estes mais de 06 anos. Inclusive, tendo como resultado de encaminhamentos do próprio presidente Lula, um parecer, de fevereiro de 2005, feito pelo BNDES e o BADESC, propunha que o governo assumisse a fábrica via BNDES como única maneira de salvar os empregos.
Desde então, nada foi feito no sentido de solucionar positivamente a questão, ao contrário, os ataques via justiça se ampliaram. Tendo o seu ápice com a intervenção federal na Cipla e Interfibra em 2007.
Os trabalhadores da Flaskô seguiram resistindo, mostrando ao movimento operário, um caminho de luta diante da crise que se iniciava.
As dívidas com a Fazenda Nacional
Foram as dívidas com a Fazenda Nacional que justificaram o ataque fascista contra o movimento das fábricas ocupadas em 31 de maio de 2007 quando houve a intervenção na Cipla e Interfibra. A Procuradoria da Fazenda Nacional em Santa Catarina solicitou a intervenção com a justificativa de garantir o pagamento destas dívidas. No entanto, hoje, mais de dois anos depois, é sabido, inclusive pela própria Justiça Federal que nada foi pago pelo Interventor. E, ao contrário de manter os empregos, demitiu-se mais de 500 trabalhadores e trabalhadoras mostrando de maneira clara seu objetivo.
Na Flaskô, as dívidas dos antigos patrões chegam a 70 milhões de reais. Os trabalhadores, desde que assumiram, apresentam como proposta à Procuradoria da Fazenda Nacional a unificação de todas as execuções fiscais, o que significa reunir os mais de 180 processos de cobrança das dívidas, em apenas um, de maneira a facilitar os encaminhamentos, e, propõem, um pagamento de 1% do faturamento mensal como forma transitória até que se encontre uma solução. Frisa-se que tal pedido é permitido por lei. Além disso, os trabalhadores também pedem que sejam procurados outros bens dos antigos proprietários adquirido com os dinheiros dos desvios e não pagamentos dos impostos, e, por fim, que, como propõem o próprio BNDES, que o governo adjudique para si a fábrica e todos seus bens, e os coloque sob o controle dos trabalhadores, isto é, estatize-as.
No entanto, nada é feito no sentido de encontrar uma solução positiva aos trabalhadores. Recentemente, na audiência pública realizada na Câmara dos Deputados em Brasília, realizada para discutir soluções para a manutenção dos empregos na Flaskô, um deputado Federal afirmou que caso não fossem cobradas estas dívidas, os Ministros poderiam ser presos por não fazerem seu trabalho. No entanto, é sabido que centenas de empresas devem somas astronômicas e nada é feito contra elas. Entre os grandes devedores, podemos encontrar a “Companhia Vale do Rio Doce”, a “Globo”, centenas de prefeituras e governos do Estado, a “Sadia”, o “Banco Itaú”, o “Unibanco” entre muitos outros. (veja lista)
Alguém já ouviu falar de uma intervenção federal na Vale do Rio Doce para cobras suas dívidas? Não. A contradição e a hipocrisia são tremendas. Há um ditado que diz: “Aos amigos tudo e aos inimigos a lei!”
A cobrança das dívidas hoje
Há cerca de 45 dias, os trabalhadores foram surpreendidos com o seqüestro de valores da conta bancária para pagar dívidas. Agora se iniciam ataques aos dirigentes da fábrica como forma de intimidar e tentar fazer parar a luta, e, mais do que isso, preparando um novo ataque contra a fábrica, como feito na Cipla e Interfibra.
A dívida que levou a intimação do dirigente eleito pelos trabalhadores, Pedro Alem Santinho, foi contraída entre janeiro de 2000 e dezembro de 2002. Isto é, refere-se ao período em que a fábrica estava nas mãos dos antigos proprietários. No entanto, o que surpreende é que a intimação, ao invés de ir ao representante legal da empresa, e administrador na época simplesmente, como se pode ler no processo, foi encaminhada pela Procuradoria da Fazenda Nacional em Campinas ao representante eleito pelos trabalhadores, após um oficial de justiça tentar intimar o antigo proprietário e este afirma que o representante dos trabalhadores seria o responsável. Nada mais arbitrário. Fica bastante claro que é uma decisão de criminalizar os trabalhadores, fazendo-os assumir a dívidas dos antigos patrões, inclusive pessoalmente.
É necessária uma saída para os trabalhadores manterem seus empregos
Por toda a parte vemos que o desemprego segue aumentando nas fábricas, mesmo que o governo tente dizer o contrário. Diante disso, a luta do Movimento das Fábricas Ocupadas, e a resistência na Flaskô é um exemplo a ser seguido pelos trabalhadores em todo o Brasil.
Diante do fechamento das empresas é necessário ocupa-las, coloca-las a funcionar sob o controle dos trabalhadores e se somar à luta pela estatização sob o controle dos trabalhadores.
No final de junho acontece em Caracas, nos dias 25, 26 e 27 o II Encontro Latino Americano de Fábricas Recuperadas pelos trabalhadores que deve discutir esta questão e outras medidas de luta para os trabalhadores em defesa dos empregos e dos direitos.
Reforçar a luta de resistência dos trabalhadores da Flaskô é fundamental. Por isso, pedimos que encaminhem as moções abaixo.
Saudações de resistência e luta!
Viva a luta dos trabalhadores da Flaskô!
Viva a solidariedade da classe trabalhadora!

Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô
Movimento de Fábricas Ocupadas

MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA FLASKÔ

MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA FLASKÔ



Ministério da Fazenda Nacional
Sr. Ministro Guido Mantega - gabinete.df.gmf@fazenda.gov.br
Sr. Secretário-Executivo Nelson Machado - se.df@fazenda.gov.br
Fax: (61) 3412-1824

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional
Dr. Luis Inácio Lucena Adams - luis.adams@fazenda.gov.br
Fax: (61) 3412-1784

C/C Procuradoria da Fazenda Nacional em Campinas
Dra. Giuliana Maria Delfino Pinheiro Lenza
giuliana.lenza@pgfn.gov.br , psfn.sp.campinas@pgfn.gov.br
Fax: (19) 2101-9260

C/C Flaskô
Pedro Alem Santinho
pedro.santinho@uol.com.br
(19) 3854-7798


Com indignação e espanto, tomamos conhecimento que o Sr. Pedro Alem Santinho, dirigente eleito na fábrica ocupada Flaskô, recebeu no último dia 08 de junho intimação da Justiça Federal de São Paulo, a pedido da Procuradoria da Fazenda Nacional, para que pague cerca de R$ 139.000,00 de dívidas dos antigos proprietários da fábrica que foi ocupada pelos trabalhadores em 12 de junho de 2003, como última medida para manter os empregos e os direitos daqueles pais e mães de família. Medida extrema, mas necessária para manter os empregos.

Desde então, os trabalhadores da Flaskô têm pedido apoio ao governo para que encontre uma solução para estes empregos. Com o objetivo de encaminhar medidas nesta direção, o Conselho de Fábrica já esteve reunido com esta Procuradoria e com vários ministérios, sempre com o fim de manter os empregos.

Se não bastassem todas as ameaças de fechamento, como as diversas penhoras de faturamento, o que nos surpreende agora é a cobrança de dívidas, geradas pelos antigos patrões, de um trabalhador da fábrica. Realizada de forma arbitrária e ilegal, esta atitude nos parece mais uma medida de criminalização das lutas sociais, uma vez que, ao mesmo tempo, é publico e notório que os antigos patrões não são cobrados por estas dívidas.

Assim, pedimos que seja suspensa qualquer ameaça aos dirigentes da fábrica Flaskô, e que este Ministério, em conjunto com a Procuradoria da Fazenda Nacional, receba os trabalhadores urgentemente!

Sem mais,

Local, Data


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NOME/ENTIDADE

Flaskô: 12 de junho completou 6 anos de Controle Operário e luta pela estatização


Flaskô: 12 de junho completou 6 anos de Controle Operário e luta pela estatização

Em 12 de junho de 2003 os operário da Flaskô tomavam a decisão de ocupar a fábrica e assumir o controle operacional, administrativo e financeiro da fábrica. Um dia depois da audiência da comissão de fábrica da Cipla e Interfibra ser recebida pelo presidente Lula. A caravana com mais de 600 trabalhadores que saiu de Joinville para ser recebida pelo presidente em Brasília na volta de Brasília passou na Flaskô para participar da histórica assembléia. Dois trabalhadores da Flaskô haviam participado da Caravana e voltaram animados com a esperança e o exemplo da luta dos trabalhadores da Cipla e Interfibra. E mais do que isso esperançosos de que o presidente Lula cumprisse com sua promessa de encontrar uma medida para salvar aqueles empregos.
Na última sexta-feira completou-se 6 anos de controle operário e luta pela estatização na Flaskô. Certos de que para manter os empregos seria necessário muita luta os trabalhadores da Flaskô sempre souberam que seria necessário contar com a solidariedade dos trabalhadores e suas organizações, pois a destruição dos empregos, o fechamento de fábricas, os ataques aos direitos é uma política dos patrões que tem como objetivo aumentar a exploração sobre a nossa classe e assim obter mais lucros e lucros.
Cada ano de luta foi acompanhado de mais e mais experiência e da certeza que somente construindo a unidade dos trabalhadores e trabalhadores para lutar contra a opressão e a exploração é que poderíamos avançar nossa luta e na própria defesa dos empregos.
Por isso sempre estivemos ao lado dos lutadores e lutadoras do povo. Nossa luta sempre foi nestes 6 anos uma luta dos sem-terra, dos sem teto, do movimento sindical, do movimento popular, e principalmente uma luta internacionalista, pois sabemos que se não lutamos para nos livrarmos de toda a opressão do capital não poderemos construir um mundo que tenha como objetivo a vida dos trabalhadores.
Por isso reafirmamos nosso compromisso de seguir lutando em defesa dos empregos, dos direitos.
Defender a Flaskô!
Defender os empregos!
Fábrica ocupada é fábrica estatizada!
Pedro Santinho
Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô
Movimento de Fábricas Ocupadas

(11) 9930-6383
http://www.defenderaflasko.blogspot.com/