quarta-feira, 29 de julho de 2009

PROCURADORIA ACEITA ABRIR DIÁLOGO COM TRABALHADORES DA FLASKÔ



PROCURADORIA ACEITA ABRIR DIÁLOGO COM TRABALHADORES DA FLASKÔ

ATO DIA 17: SÓ A UNIDADE CONSTRÓI A VITÓRIA.

Mais uma vez os trabalhadores da FLASKÔ, fabrica ocupada e sob controle dos trabalhadores, foram para as ruas de Campinas para manifestarem-se pela abertura de negociações de modo a se garantir a continuidade da fábrica, contra as ameaças de embargos e confiscos de faturamento da fábrica, contra a ameaça de prisão de nosso companheiro Pedro Santinho, coordenador do Conselho de Fábrica.
Um ônibus lotado pelos trabalhadores da Flaskô, saiu pouco antes das 10 horas da fábrica em Sumaré e se dirigiu até o Largo do Rosário em Campinas. Outro ônibus lotado por companheiros da Ocupação Zumbi, que luta pela moradia e que estão sendo ameaçados de despejo, se uniram aos trabalhadores da Flaskô e todos se encontraram no Largo do Rosário. Lá chegando todos se encontraram com vários companheiros do Movimento de Trabalhadores Desempregados e também com um numeroso grupo de estudantes de medicina , trabalhadores e populares que já estavam na praça manifestando-se contra a privatização dos serviços de saúde que em Campinas, onde o governo local está querendo privatizar o Hospital Ouro Verde.
Depois de um rápido diálogo entre os coordenadores da cada movimento e mobilização, foi decido unificar as Manifestações. Saímos em passeata pela Avenida Francisco Glicério, distribuindo panfletos, gritando palavras de ordens e explicando a população que a luta em defesa dos empregos, da moradia e da saúde é parte integrante da luta que travamos contra o capitalismo, para abrir a via ao socialismo, por uma sociedade sem exploradores nem exploradores. Porque entendemos que a luta em defesa dos empregos, contra as demissões, pela moradia, em defesa dos serviços públicos da saúde, da educação, são as lutas que podem, realizada unidade desde baixo, podem empurrar as direções da CUT e demais centrais sindicais na direção da construção da greve geral e assim enfrentar a crise e exigir do governo Lula que ele atenda as reivindicações, a reestatização da EMBRAER, VALE e todas as empresas que foram privatizadas, tomando e ocupando fábricas, as terras urbanas e arrancando as terras dos latifundiários para realizar a reforma agrária.
Durante caminhada que se dirigia até a procuradoria da Fazenda, vários companheiros falaram em apoio aos trabalhadores da Flaskô, em apoio aos estudantes e à ocupação Zumbi.
Falaram companheiros do MTD e do MTST, do PT e do Sindicato dos Químicos. Falaram os companheiros da FLASKÔ. Todos expressaram que o governo Lula deveria abandonar sua aliança com os partidos da burguesia, parasse de dar dinheiro para empresários e banqueiros e se colocasse ao lado dos explorados e oprimidos para derrotar o capital e atender as reivindicações. Também esteve presente um companheiro da direção do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios que estão em luta e apoiando os trabalhadores da Flaskô e também o companheiro Luiz da Federação dos Trabalhadores do Chile.
Ao chegar em frente à Procuradoria uma Comissão entrou no edifício para falar com o Procurador enquanto os manifestantes ficaram bloqueando a rua.
Depois de mais de 30 minutos a policia veio com a notícia de que o Coronel estava exigindo a retirada do carro de sem da rua e a saída dos manifestantes. Depois de vários diálogos com a polícia os manifestantes retiraram o carro de som, e postaram-se ao longo da calçada de onde só saíram quando retornou a Comissão que foi negociar com a Procuradoria.
Perto de 13h 30 da tarde a Comissão saiu da reunião com o Procurador e se dirigiram em caminhada até o Largo do Rosário, onde ouviram os companheiros da Comissão informarem que em um prazo de 15 dias a Procuradoria reuniria os procuradores Federais de São Paulo para analisar a unificação de todos os processos e que enquanto isso ficam paradas todas as ações.
Vários companheiros falaram da importância da manifestação, de sua unidade e que graças a isso foi possível estabelecer o compromisso de abrir a via da unificação das ações e construir uma perspectiva positiva que retire parcialmente o peso das ameaças das costas dos trabalhadores.

Os trabalhadores da FLASKÔ deram mais uma vez o exemplo. Com muita unidade e organização, recebendo o apoio do MTST, do MTD, do PT, do Sindicato dos Químicos, dos estudantes em luta contra a privatização da saúde e apoio por meio de moções de várias entidades nacionais e internacionais, saíram orgulhosos de sua ação e convictos que alcançarão suspender todas as ações e atingir seu objetivo: salvar todos os seus empregos. Por isso continuam na luta contra os leilões e estarão, em agosto, uma vez mais em Brasília para exigir do governo Lula a estatização da fábrica e nos próximos meses realizarão um grande encontro de trabalhadores e entidades para uma vez mais reafirmarem que a unidade da classe operária acabará por conquistar as reivindicações, avançando na construção do socialismo.

Retirem todas as ameaças contra a fábrica Flaskô e contra Pedro Santinho!
Estatização e controle operário para salvar os empregos e enfrentar a crise!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Materia: FAZENDA NACIONAL ALÍVIA PARA PATRÕES E ATACA FÁBRICA OCUPADA FLASKÔ

FAZENDA NACIONAL ALÍVIA PARA PATRÕES E ATACA FÁBRICA OCUPADA FLASKÔ


PARA OS PATRÕES...
Em 23/06 o jornal Valor Econômico publicava matéria na capa de seu caderno de economia com o título “PENHORAR OS DIVIDENDOS FICA MAIS DIFÍCIL”. A matéria tratava da explicação para os patrões de todo o Brasil que agora, a partir do mês de maio, não precisavam mais temer terem seus lucros e dividendos penhorados por suas dívidas com o INSS, dívidas para com a seguridade social e em especial para o pagamento dos aposentados, pois para igualar os procedimentos de cobrança a partir da criação da Super Receita, o governo revogou um artigo da Lei da Seguridade Social que proibia a apropriação e distribuição de lucros quando a empresa devia ao INSS. Mais uma vez o governo legisla, isto é, faz lei e as executa para salvar os patrões.

É importante saber que há dois anos a Procuradoria da Fazenda tem utilizado este procedimento, a penhora de dividendos, para cobrar divida, o que rendeu aos cofres públicos mais de 2 bilhões de reais, sendo a cobrança efetuada junto a empresas que especulavam na Bolsa de Valores de São Paulo. Esse valor foi arrecadado em apenas 16 pedidos atendidos pela justiça e só agora acaba de publicar a lista da dívida ativa com a união e nesta o número de devedores passa de 2 milhões de empresas. Isto é, se fosse feita a penhora dos lucros e dividendos de todas elas, haveria muito mais dinheiro. Mas não estamos no país das maravilhas...aqui quem paga a conta são os trabalhadores!
O Valor Econômico publicou outra matéria de interesse dos patrões. Se já não bastasse não poder pegar o suposto “lucro” dos patrões devedores o governo federal sancionou a lei nº 11.945, de 4 de junho de 2009, que dispensa as empresas de apresentarem a CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS (CND) para obter empréstimos e refinanciamentos, isto é, de apresentarem aos Bancos Públicos Federais, pois é certo que os bancos privados não aceitarão colocar seu dinheiro em risco, emprestando dinheiro para patrões caloteiros. Mas os bancos públicos podem emprestar aos caloteiros o dinheiro do povo. Mais uma vez o governo atende aos patrões....
E PARA OS TRABALHADORES...
Uma crise mundial se abate sobre o mundo, e não é necessário dizer que aqueles que estão pagando a conta são os trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo.
....e para aqueles que defendem os empregos...
No dia 08 de junho uma oficial de justiça foi à casa do coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô, fábrica ocupada e controlada pelos trabalhadores, com uma intimação, responsabilizando-o pessoalmente pelas dívidas dos antigos patrões que ultrapassam o valor de 80 milhões de reais junto ao governo federal. A oficial de justiça acostumada a intimar, nestes casos, patrões milionários, foi embora sem penhorar nada, simplesmente porque não havia nada de valor, a não ser uma TV e geladeira, afirmando ainda que costuma penhorar obras de arte dos empresários (bom seria se os trabalhadores tivessem acesso à arte e bom seria se as obras de posse de empresários fossem realmente confiscadas).
No dia 01 de julho outro oficial de justiça esteve na Flaskô para intimar e nomear o mesmo coordenador como fiel depositário de 14 processos da Fazenda Nacional com penhoras de faturamento que totalizam 154% do faturamento. É fácil fazer as contas, 100% é todo o dinheiro da fábrica, que após ser ocupada pelos trabalhadores é utilizado integralmente para pagar salários, energia e matéria prima para continuar produzindo e mantendo os empregos. Com essa atitude o governo decidiu....
...Fechar a fábrica ocupada para acabar com este mau exemplo...
A cada dia é mais claro o que querem os patrões: acabar com a experiência das fábricas ocupadas, sobretudo neste momento de crise onde estão ocorrendo milhares de demissões, diminuição drástica dos empregos industriais, fechamento de fábricas. Isso porque a resistência da Flaskô é a prova viva de que é possível aos trabalhadores resistirem e sobreviverem sem os patrões.
Sabemos que os ataques aumentarão até mesmo porque, sob fogo cerrado, a experiência do Movimento das Fábricas Ocupadas a cada dia se amplia.
No último mês de maio a luta chegou ao Congresso Nacional sendo discutida por mais de 3 horas em uma Audiência Pública e afirmaram diante de deputados e de um representante do Ministério do Trabalho que a responsabilidade sob os empregos é do governo, e que quando estes ocupam fábricas ele deveria apoiar essa iniciativa para manter os empregos, estatizando cada uma delas e colocando-as sob o controle dos trabalhadores, eles estavam dando ao governo uma saída positiva para sair da crise, sem esmagar os trabalhadores. Mas essa não parece ser a opção do governo.
O QUE FAZER?
Os trabalhadores da Flaskô decidiram na última assembléia continuar sua luta pelos empregos e para isso não pouparão esforços e medidas para defenderem-se e por isso dirigem-se aos deputados federais que estiveram na Audiência Pública em Brasília, pedindo-lhes que adotem imediatamente as soluções para salvar a Flaskô e suspender todas as ameaças de fechamentos.
- Resistiremos! Defenderemos nossos empregos!
- Fábrica quebrada é fábrica ocupada! E fábrica ocupada deve ser estatizada sob controle dos trabalhadores!

ABAIXO REPRODUZIMOS TRECHOS DAS INTIMAÇÕES

Quem pediu a penhora? Foi a Fazenda Nacional. É ela quem está cobrando a dívida e é ela quem está responsabilizando o coordenador do conselho pela dívida dos patrões, vejam os absurdos da ação da Fazenda:

Mais do que isso, ao invés de responsabilizar o administrador à época da divida que é o antigo patrão, responsabiliza pessoalmente o coordenador do Conselho de Fábrica, vejam:

Alguns dos pedidos de penhora:
E nomeiam como fiel depositário o coordenador do Conselho de Fábrica, novamente criminalizado.
Para todos os fatos positivos, como para obter empréstimos junto ao BNDES e outros, o governo sempre afirma que não somos o representante legal, mas para atacar nossa luta vejam como age a Fazenda:


Sexta-feira, 3 de Julho de 2009
ATO PÚBLICO EM DEFESA DOS TRABALHADORES DA FÁBRICA OCUPADA FLASKÔ.
ConvocatóriaATO PÚBLICO EM DEFESA DOS TRABALHADORES DA FÁBRICA OCUPADA FLASKÔ.DIA 17 DE JUNHO, CONCENTRAÇÃO ÀS 10 HORAS LARGO DO ROSÀRIO E PASSEATA ATÉ A PROCURADORIA DA FAZENDA.RUA BARÃO DE JAGUARA, EM CAMPINAS.Mais uma vez os trabalhadores da Fábrica FLASKÔ, que desde 12 de junho de 2003 está ocupada e produzindo sob controle dos trabalhadores, está sendo atacada pelos órgãos de governo e pelos patrões.Depois de inúmeros Leilões, corte no fornecimento de energia elétrica, sucessivos pedidos de confiscos, ameaça de intervenção; no mês de junho passado recebemos a notificação de confisco dos bens e ameaça de prisão do Coordenador Eleito do Conselho de Fábrica (Pedro Além Santinho), exigindo o pagamento de dívida contraída pelo patrão. Mas as ameaças não pararam aí.
No dia 01 de julho fomos visitados por um oficial de justiça, que notificou que serão confiscados 97% do faturamento da fábrica para saudar dívidas originadas pelas falcatruas do patrão que com isso quebrou a fábrica, abandonou os trabalhadores, não pagando seus direitos e salários. Essa situação levou os trabalhadores a tomarem a fábrica em junho de 2003.Nós, trabalhadores da Flaskô, em nenhum momento nos furtamos a realizar intensas mobilizações na defesa de nossos direitos, exigindo a expropriação da fábrica pelo governo federal e a manutenção do controle operário. Realizamos junto com a CIPLA, INTEFIBRA e outras fábricas então ocupadas, 4 Conferências Nacionais e uma Internacional, um Tribunal Popular onde foi julgada a responsabilidade do governo Lula em todo esse processo que passou pela intervenção Federal na CIPLA.Temos buscado permanentemente uma via de negociação com o governo Federal, realizando reuniões nos ministérios e audiência com parlamentares em Brasília. Não nos curvaremos diante das ameaças e declaramos: não desistiremos da defesa de nossos direitos e consideramos que as ameaças de confisco dos bens do Coordenador do Conselho de Fábrica, bem como os pedidos de penhoras do faturamento da fábrica são claros ataques aos trabalhadores, e demonstram que os órgãos que deveriam defendê-los, a Justiça, os Ministérios, estão ferindo os direitos expressos pela OIT e praticando uma política de apoio e cobertura à ditadura patronal que, após sugar o lucro extraído do trabalho humano, sonegar impostos, querem impedir nosso direito à existência enquanto trabalhadores e fechar a fábrica! Não passarão! Resistiremos!Convidamos todos os dirigentes sindicais, dirigentes e lutadores sociais, partidos comprometidos com os trabalhadores para junto conosco realizamos um ATO POLITICO em frente à Procuradoria da Fazenda em Campinas onde devemos dizer unidos:SUSPENDAM AS AMEAÇAS, CESSEM AS PERSEGUIÇÔES AOS TRABALHADORES E A PEDRO ELEITO COORDENADOR DO CONSELHO DE FÁBRICA.SUSPENSÂO DAS ORDENS DE CONFISCO E DE PENHORAS, FIM DOS LEILÕES.QUE O GOVERNO LULA ESTATIZE A FÁBRICA PARA GARANTIR TODOS OS POSTOS DE TRABALHO.Contatos: (19) 8164 1971 (11) 9930 6383mobilizacaoflasko@yahoo.com.br

MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA FLASKÔ
MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA FLASKÔMinistério da Fazenda NacionalSr. Ministro Guido Mantega - gabinete.df.gmf@fazenda.gov.brSr. Secretário-Executivo Nelson Machado - se.df@fazenda.gov.brFax: (61) 3412-1824Procuradoria Geral da Fazenda NacionalDr. Luis Inácio Lucena Adams - luis.adams@fazenda.gov.brFax: (61) 3412-1784C/C Procuradoria da Fazenda Nacional em CampinasDra. Giuliana Maria Delfino Pinheiro Lenzagiuliana.lenza@pgfn.gov.br , psfn.sp.campinas@pgfn.gov.brFax: (19) 2101-9260C/C FlaskôPedro Alem Santinhopedro.santinho@uol.com.br(19) 3854-7798Com indignação e espanto, tomamos conhecimento que o Sr. Pedro Alem Santinho, dirigente eleito na fábrica ocupada Flaskô, recebeu no último dia 08 de junho intimação da Justiça Federal de São Paulo, a pedido da Procuradoria da Fazenda Nacional, para que pague cerca de R$ 139.000,00 de dívidas dos antigos proprietários da fábrica que foi ocupada pelos trabalhadores em 12 de junho de 2003, como última medida para manter os empregos e os direitos daqueles pais e mães de família. Medida extrema, mas necessária para manter os empregos.Desde então, os trabalhadores da Flaskô têm pedido apoio ao governo para que encontre uma solução para estes empregos. Com o objetivo de encaminhar medidas nesta direção, o Conselho de Fábrica já esteve reunido com esta Procuradoria e com vários ministérios, sempre com o fim de manter os empregos.Se não bastassem todas as ameaças de fechamento, como as diversas penhoras de faturamento, o que nos surpreende agora é a cobrança de dívidas, geradas pelos antigos patrões, de um trabalhador da fábrica. Realizada de forma arbitrária e ilegal, esta atitude nos parece mais uma medida de criminalização das lutas sociais, uma vez que, ao mesmo tempo, é publico e notório que os antigos patrões não são cobrados por estas dívidas.Assim, pedimos que seja suspensa qualquer ameaça aos dirigentes da fábrica Flaskô, e que este Ministério, em conjunto com a Procuradoria da Fazenda Nacional, receba os trabalhadores urgentemente!Sem mais,Local, Data_________________________NOME/ENTIDADE


Pedro Santinho
Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô
Movimento de Fábricas Ocupadas

(11) 9930-6383
http://www.defenderaflasko.blogspot.com/

II Encontro Latino-Americano das Fábricas Recuperadas pelos Trabalhadores

Relato do encerramento do II Encontro Latino-Americano de Empresas Recuperadas pelos Trabalhadores e suas conclusões.

Depois de receber a visita do Ministro do Comércio da Venezuela, Eduardo Samán (leia o artigo “Abertura do II Encontro Latino-Americano de Empresas Recuperadas pelos Trabalhadores”), no dia 26 de Junho pela manhã, na sala Juan Bautista, na Praça da Biblioteca Nacional em Caracas, teve prosseguimento o II Encontro das Fábricas Ocupadas.A discussão começou com a introdução de Pablo Comenzana, militante da FRETECO e autor do livro A Batalha da Inveval onde expõe a experiência da luta dos trabalhadores da INVEVAL em seu combate pelo controle operário e pela manutenção da fábrica em funcionamento.
Pablo introduziu a discussão sobre a Revolução Venezuelana e sobre o controle operário na Venezuela expondo as diferentes fases pelas quais passou a revolução desde o último Encontro Latino-Americano de Empresas Recuperadas, ocorrido em Outubro de 2005. Em sua explanação Pablo falou dos avanços ocorridos na revolução e também dos perigos que a ameaçam se esta não se completa, ou seja, se ela não avançar até o socialismo, nacionalizando os bancos, a terra e a indústria básica, permitindo o desenvolvimento de uma economia planificada democraticamente. Afirmou que se isso não se realiza a revolução poderá sofrer uma reversão.
Pablo colocou ainda que o maior perigo na atualidade é o crescimento do reformismo e da burocratização e que essa situação pode levar a desmoralização e a apatia às bases revolucionárias. Deu como exemplo o referendo de 2 de Dezembro de 2007, quando foi derrotado o referendo constitucional, demonstrando como a apatia pode contaminar as bases. Sinalizou que a vitória do referendo de 15 de fevereiro de 2009 foi um novo ponto de inflexão, mas que apesar da vitória da revolução, a reação continuou conquistando espaço. Explicou que todas as ameaças só podem ser afastadas se a classe trabalhadora se colocar à frente da revolução e marcar o caminho pela construção do socialismo. Na seqüência saudaram aos participantes os camaradas Metim Meguin da Turquia e Gerardo Xicotencatl, presidente do Sindicato da Olímpia (México) e também Geoffrey McCormack delegado do sindicato do funcionalismo publico do Canadá, bem como Akram Nadir, presidente (no exílio) do Conselho de Trabalhadores do Iraque.
Os camaradas da Turquia passaram um vídeo que mostra a brutal repressão lançada contra a marcha de 1º de Maio deste ano. Na continuidade, o camarada Cesar Gonzales (Paraguai), falou sobre a situação dos trabalhadores paraguaios e colocou que a luta das fábricas ocupadas só pode ser mantida se adotarmos uma perspectiva marxista clara e lutarmos pelo socialismo.Gerardo Xicotencatl falou sobre a situação social no México e a luta dos trabalhadores da Olímpia (depois de terminado o encontro o camarada deu entrevista para a página web do Aporrea onde narra a luta dos trabalhadores mexicanos).Situação das fabricas recuperadas na Venezuela, Brasil e Argentina.
Depois destes debates ocorreram várias intervenções dobre a situação das fábricas recuperadas na Venezuela. Falaram os trabalhadores e trabalhadoras da Inveval, Gotcha, Válvulas Anaco, Sindicato de Intevep, Vivex, Mitsubishi automóveis, a terceirizada de 2500 trabalhadores da PDVSA em ANACO, da URAPLAST, CEMEX, Cabellum, etc.Em todas as intervenções insistiu-se que o burocratismo tem sido o principal obstáculo para que as fábricas ocupadas pudessem se desenvolver, exemplo disso é a empresa Inveval que depois de ter sido nacionalizada há 4 anos continua sem poder produzir impedida pela sabotagem dos burocratas. Relataram também que INAF e VIVEX, que exigiram a nacionalização, haviam se chocado com os obstáculos do aparato burguês que entra em contradição com a linha determinada pelo presidente Chávez, aparato esse que defende os interesses dos capitalistas.
A classe trabalhadora move-se no meio dessas contradições e, apesar de sua combatividade, está órfã, sem uma direção revolucionária que agrupe o conjunto dos trabalhadores organizados e marque a linha de construção do socialismo na Venezuela. Destacaram que uma das tarefas da Freteco é agrupar os trabalhadores das empresas recuperadas e unificar suas demandas.Também intervieram camaradas do movimento de fábricas recuperadas do Brasil, da Flaskô, que assinalaram o papel jogado pelo governo Lula na intervenção militar contra a Cipla e na tentativa de esmagar o Movimento das Fábricas Ocupadas no Brasil.O camarada Nilo Mendes, do sindicato de petroleiros do Rio de Janeiro, fez uma interessante exposição de como os 260.000 trabalhadores da PETROBRÁS estão trabalhando contra a terceirização que atinge 160.000 do total de trabalhadores petroleiros e como lutam contra a privatização da Petrobrás.
Depois, um camarada representando as empresas ocupadas na Argentina, deu um informe mostrando um breve documentário relatando a história do passado repressor da burguesia argentina, desde o século 19 até nossos dias e a disposição de luta da classe trabalhadora.Interveio ainda o camarada Lalo Paret, do MNER (Movimento Nacional de Empresas Recuperadas da Argentina) que abriu o debate, o camarada da ANTA (Associação Nacional de Trabalhadores Autogestionados da Argentina), da Vila Constituição e também os trabalhadores da Cooperativa 7 de Maio, e outros, que assinalaram quais são os choques que estão tendo com o Estado para poderem desenvolver suas atividades, tendo que usar brechas legais para poderem sobreviver e que enquanto os bens das empresas são liquidados podem formar cooperativas. Comentaram ainda como eles tem resistido aos despejos e sobre outros aspectos de suas lutas.Propriedade Privada, Propriedade Social e Controle Operário.
Depois se seguiu um debate sobre propriedade privada ou controle operário e propriedade social, introduzido por Serge Goulart, do Movimento de Fábricas Ocupadas do Brasil, que se centrou na questão da luta pelo controle operário, pela estatização das empresas, assinalando como que no Brasil o governo Lula havia tentado desviar o movimento de ocupação de fábricas para o cooperativismo com o objetivo de introduzir os trabalhadores na luta pelo mercado.Serge sinalizou que uma fábrica isolada submetida ao mercado capitalista não pode subsistir e que, portanto, a perspectiva de uma fábrica ocupada deve ser pela estatização.
Do mesmo modo que o estado deve garantir a saúde, a educação e outros direitos sociais também devem garantir os postos de trabalho e o primeiro ponto é que diante dos fechamentos provocados pelos patrões o estado deve garantir os postos nacionalizando as empresas.Serge disse ainda que a questão fundamental para os trabalhadores das fábricas recuperadas deve ser a luta pela propriedade social, contra a propriedade privada e, portanto contra o capitalismo e pelo socialismo.Depois se deu um enriquecedor debate onde se expôs as diferentes experiências sobre o controle operário e onde se viu como a cooperativa era conseqüência da situação imposta aos trabalhadores das fábricas tomadas para poder subsistir dentro do mercado capitalista na medida em que os governos não nacionalizam estas empresas.
Esta foi uma conclusão muito importante do encontro. Tribunal internacional democrático de trabalhadores para julgar a criminalização dos movimentos sociaisNo Sábado, dia 27 pela manhã, teve início o debate sobre os casos de repressão aos trabalhadores das empresas recuperadas, aprovando várias resoluções, em particular as referentes aos trabalhadores do setor automobilístico assassinados na Venezuela, Argenis Vázquez, Jose Marcano e Pedro Suarez, e no Brasil a situação da Cipla e os ataques contra os trabalhadores da Flaskô.
Pedro Santinho, Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô, explicou como haviam tentado cortar a energia elétrica por várias vezes com o objetivo de sabotar e ao mesmo tempo mostrou um vídeo fazendo um relato da intervenção militar na Cipla.
A camarada Vanessa Castro Borda apresentou a repressão que sofrem os dirigentes das fábricas ocupadas na Argentina como é o caso de Eduardo Murúa e Castillo, dirigentes que estão processados e impedidos de sair da Argentina. Como eles, existem muitos outros casos de repressão contra os trabalhadores. A proposta de Vanessa de realização de um "Tribunal Internacional democrático de trabalhadores " que julgue a criminalização dos movimentos sociais, foi aprovada por unanimidade.
Este Tribunal será organizado com sessões preparatórias de caráter público e com ampla divulgação em cada país, concluindo com um grande evento internacional do Tribunal. Uma comissão de advogados do movimento das fábricas se encarregará de prepará-lo em comum acordo com o Comitê Organizador.Na continuidade fez-se a exposição da declaração final do evento que foi lida por Lalo Paret, sendo aprovada por unanimidade.
Outras resoluções foram aprovadas:- Declaração a favor dos trabalhadores e do povo iraniano que têm se mobilizado nas últimas semanas contra a fraude eleitoral e o regime despótico dos mulás;- Resolução em apoio à luta dos trabalhadores de Olympia, no México;- Resolução de saudação aos trabalhadores do Canadá que ocupam fábricas;- Resolução de estabelecimento de uma aliança entre os trabalhadores do Iraque e Turquia;- Resolução de exigência dirigida a Lula para que retire a intervenção policial e devolva as fábricas Cipla e Interfibra ao controle de seus trabalhadores.
Depois de finalizar o evento, os participantes, com suas faixas, tiraram fotos juntos, no cenário onde se realizou o encontro, celebrando o seu êxito. Posteriormente se dirigiram até a marcha organizada pelos jornalistas revolucionários que apóiam a revolução venezuelana, contra o terrorismo midiático, indo até a Assembléia Nacional, na qual se manifestaram milhares de pessoas em Caracas e ali se encontraram com os trabalhadores que participaram do encontro.O balanço do encontro é de que ele foi muito positivo e representou muito bem a continuidade do primeiro encontro celebrado em 2005 sendo que todas as experiências o situam em um plano qualitativamente superior ao primeiro encontro.
Em primeiro lugar porque os trabalhadores sentiam que o tinham organizado e pago, auto-sustentando-o, mesmo porque, diante da arremetida da crise capitalista em todos os países do continente, a luta em defesa do emprego por meio da tomada e ocupação de fábricas vai recrudescer e para isso é fundamental que toda experiência se mantenha para que novos setores da classe trabalhadora se incorporem na luta.
Como acordo final foi proposto e aprovado por unanimidade que o 3º Encontro seja realizado em Buenos Aires, na Argentina, e tenha um caráter não somente latino-americano, mas também internacional, incluindo Europa, Oriente Médio e Ásia.Caracas, 2 de Julho de 2009.

Venezuela: INVEVAL: Os trabalhadores protestam



Venezuela: INVEVAL: Os trabalhadores protestam


Escrito: Freteco 09 Julho 2009


Os trabalhadores concentraram-se no dia 6/07/09 no Ministério Ciência e Tecnologia e Ministério do Trabalho.


•Pela Expropiación de Acerven sob Controle Operário.


•Para que enviem os Recursos Adicionais de 27 milhões de bolivares Aprovados pelo Presidente Chávez em 27 de agosto de 2008 à empresa Inveval.


•Pelo pagamento de nossas Prestações Sociais que nos devem o Golpista Andrés sosa Pietri (Antigo patrão).


Nós os trabalhadores e trabalhadoras revolucionários de Inveval estamos lutando contra o burocratismo bárbaro que tem freiado o processo revolucionário na Venezuela. Os trabalhadores e trabalhadoras de Venezuela devemos unificar nossas forças para apoiar o presidente Chávez e impulsionar o Socialismo e a revolução permanente, único caminho para conseguir dignificar a vida do ser humano.


Devemos nos unir para impulsionar o Controle Operário e Controle Popular nas empresas como por exemplo, Sidor, PDVAS, Cementeiras, nos Bancos, nas industrias de alimentos para garantir a transparência e a economia planificada de maneira a satisfazer as necessidades do povo.


Além disso devemos nos unir para lutar contra o Capitalismo, o Fascismo e o Imperialismo e para defender a Revolução Latinoamericana e em todo o mundo.


Por isso, nós, os trabalhadores e trabalhadoras devemos cumprir nossa tarefa de vanguarda na revolução bolivariana contra o burocratismo, reformismo e Stalinismo, e construir as verdadeiras estruturas do Estado Socialista.


Inveval é e tem sido um exemplo de Controle Operário em Venezuela e no Mundo. Como os trabalhadores se uniram para levar adiante uma empresa fabricante de válvulas sob o planejamento coletivo, o manejo eficiente dos 6 milhões aprovados em 2005 pelo presidente Chávez. A recuperação do maquinária e infra-estrutura da empresa.


No entanto é necessário acabar com A SABOTAGEM BUROCRÁTICO de servidores públicos Escuálidos que se põem com uma camisa "vermelha" da PDVSA e Ministérios, mas que põem todas as travas para que Inveval funcione.


Também é necessário lembrar que o Presidente aprovou no dia 27/08/08 um ponto de conta Nº 50 autorizando Recursos Adicionais para Inveval (27 milhões BSF). E até esta a data não se enviaram os recursos.




Exigimos a expropriação imediata da Empresa Acerven do Golpista Andrés Sosa Pietri sem indenização. Isto é fundamental para completar a cadeia produtiva de Inveval.


Desde o 2003 estamos lutando por nossas Prestações Sociais que nos deve o Patrão Golpista. O total que nos deven é de 1.7 milhões bsf.


Exigimos Justiça Social ao Ministério, diante do atropelo do Golpista Sosa.


QUE VIVA O SOCIALISMO SOB CONTROLE DO PODER POPULAR!


Unamos nossas lutas para acabar contra o burocratismo:




Tel: 0416-4045948 /0426-7115323/ 0416-7228275.

Venezuela: Marcha e caravana dos trabalhadores de Vivex a Caracas

Venezuela: Marcha e caravana dos trabalhadores de Vivex a Caracas



Escrito por by Singetram 09 Julho 2009




Os trabalhadores da Vivex marcham entre Barcelona e Caracas para fazer um chamado ao Presidente Chávez com o objertivode que exproprie a empresa que há mais de 7 meses está tomada por seus trabalhadores sem receber nenhuma ajuda e nem benefício.

Solicitamos seu apoio e toda colaboraçaõ possivel com os camaradas trabalhadores da empresa Vivex que no dia 03/07/2009, sexta-feira as 5 horas da manha, com 11 trabalhadores assumiram a decisão heróica como classe e vanguarda da revolução de fazer uma marcha desde Barcelona, no estado de Anzoategui até a cidade de Caracas, capital federal. O objetivo é fazer um chamado ao comandante Presidente Hugo Chavez Frias sobre os pedidos de Expropriação desta empresa (Vivex), que até então foi gerenciada por um grupo de burgueses fascistas, que tem uma política na contramão do goiverno Bolivariano e de seus trabalhadores.

Entendemos, com esta má experiência que o capitalismo éinimigos dos trabalhadores e que como classe, somos chamados junto ao povo revolucionário e nosso comandante em chefe Hugo Chavez Frias a construir o Socialismo

Esperamos de voces o apoio solidário com estes irmãos de clase.


Por uma america latina livre!


Pátria Socialiismo ou Morte! Venceremos!!!

As multinacionais golpeiam novamente: Pfizer fecha uma de suas plantas em Valencia, Venezuela

As multinacionais golpeiam novamente: Pfizer fecha uma de suas plantas em Valencia, Venezuela

escrito por Hermann Albrecht
quarta-feira, 08 de julho de 2009

No final de maio deste ano tornou-se pública a denúncia do fechamento iminente por parte da multinacional estadunidense Pfizer de uma de suas plantas produtoras de medicamentos localizada na cidade de Valencia, Carabobo. No último dia 21 de Maio declarava Eduardo Samán, ministro do Poder Popular para o Comércio e presidente do INDEPABIS que se estava avaliando, “a possibilidade de aplicar uma medida de ocupação temporária dessa empresa multinacional”. Ditas declarações davam-se depois da reunião que teve Samán com o sindicato de trabalhadores da Pfizer, quem se manifestavam a favor de seguir a consigna de “Fábrica fechada, fábrica tomada” diante o perigo de perder seus postos de trabalho pela decisão da empresa de fechar suas portas.
Segundo denunciava o próprio Samán, esta multinacional farmacêutica tem recebido vultosas divisas para a importação da matéria prima e assim garantir sua produção no país. “Pfizer de Venezuela fechou uma de suas plantas em Valencia e estamos muito preocupados, devido a que nesta planta se fazem medicamentos essenciais e necessários para o país. (…) não pode ser que eles recebam do Estado todas as divisas para importar e nos paguem com o fechamento de uma planta e com a geração de desemprego”.
Mas a lógica do capitalismo é a de gerar o maior lucro possível, sem importar as conseqüências de impacto social que isso possa trazer. O Governo Bolivariano já deveria ter aprendido que não há possibilidade de alianças com a burguesia, bem seja a mau chamada “burguesia nacional” ou seus amos imperialistas. Nem pode o Governo esperar agradecimento ou lealdade alguma destes setores pelos benefícios outorgados ao longo destes anos. Recordemos que apesar dos grosseiros ganhos de setores como o bancário, ditos capitalistas têm seguido seu empenho de guerra de baixa intensidade contra o Governo Bolivariano para o derrotar, desgastando seu apoio e erodindo o entusiasmo revolucionário das massas. De fato, os próprios trabalhadores têm denunciado que as intenções de fechamento da planta por parte de Pfizer são conhecidos desde ao menos 2007.
Finalmente, Samán declarou que se elaboraria um relatório para ser apresentado diante do Presidente e que este decidisse se se procedia à declaração da ocupação temporária da planta. Com o fechamento da planta vêem-se afetados cerca de 175 trabalhadores. De fato, em uma nota de imprensa publicada no final de 2005 no diário “O Carabobenho” a propósito do anúncio de Pfizer de importar o medicamento Lyrica (prescrito para dores neuropáticos) falava-se que esta, através das duas plantas em Valencia produziam 70% dos medicamentos desta marca que se consomem em Venezuela e ademais exportam a 16 países da América Latina. Em princípios de 2006 geravam 850 empregos diretos e 2.000 indiretos.
A resposta da transnacional não se fez esperar. Ao dia seguinte dos anúncios do ministro Samán a farmacêutica Pfizer anunciou que analisava as possíveis ações diante uma eventual ocupação de uma de suas plantas por parte do Governo Bolivariano. Em um breve comunicado carregado do caradurismo habitual dos capitalistas, Pfizer disse que “mantinha seu compromisso de seguir fornecendo seus produtos em áreas terapêuticas similares e se comprometeu a levar um diálogo amigavel com as autoridades venezuelanas”.
Passada uma semana, em 28 de Maio, de acordo com uma nota da agência noticiosa Reuters, o próprio ministro Samán anunciou que Pfizer lhe tinha oferecido a venda a planta fechada ao Governo Bolivariano, além da outros vários interessados. Segundo declarou Samán ao diário O Universal, “Eles se reuniram comigo e manifestaram que querem vender a planta. O Ministério de Saúde é quem receberá a oferta”. Igualmente Samán reiterou que pese a que se garantirá a entrega de divisas para as operações da filial de Pfizer, a fábrica prefere importar a produzir no país "porque é mais negócio".
Em uma roda de imprensa dada no dia seguinte, Francisco Medina, secretário geral de SINTRARECEMSERCA (Sindicato dos Trabalhadores), de RECEMCA (uma das terceirizadas de Pfizer), declarou que uns 50 medicamentos deverão ser deixados de produzir no país, e que teriam que ser importados, se se concretiza o fechamento da Planta Este em Valencia de Pfizer. De fato, anunciou que para 30 de Maio já não se estaria produzindo Dramamine (Dimenhidrinato, antiemético, antinauseoso, antivertiginoso e anticinetósico). Outros dos medicamentos cuja produção será eliminada incluem Motrin (Ibuprofeno, analgésico), Tafil (Alprazolam, ansiolítico), Provera (Medroxiprogesterona, para tratamentos ginecológicos e oncológicos), Mandelamine (Mandelato de metenamina, tratamento de infecções recorrentes do tracto urinário), Dalacin (Clindamicina, Antibiótico), Epamin (Difenilhidantoína, Anticonvulsionante), Feldene (Piroxicam, tratamento de Osteoartritis, artritis reumatoidea, etc.) Lincocin (Lincomicina, antibiótico), entre outros.
Adicionalmente denunciou que desde dezembro foram demitidos quase 300 empregados, ficando hoje apenas 102 pessoas, entre pessoal fixo e as pertencentes a tercerizada. Indicou que aos trabalhadores fixos se lhes está oferecendo uma "caixinha feliz", que consiste em lhes dar aos empregados um monto maior ao que lhes corresponde para que assinem a renúncia. Os que não a aceitem passariam à planta Oeste, ainda que em realidade não existe garantia, já que nem o espaço físico nem a elaboração dos medicamentos é da mesma magnitude ou similar a seu par Este. Nesse dia os trabalhadores de Pfizer e de seus contratas reuniram-se com Marcela Máspero, coordenadora nacional da União de Trabalhadores de Venezuela e presidenta da Federação Nacional de Trabalhadores da Indústria Química Farmacêutica (FETRAMECO).

Crônica de um fechamento anunciado
Já no final de fevereiro o diário O Nacional citava a Máspero declarando sobre a situação de demissões nesta farmacêutica. Em sua edição do 26 de Fevereiro, declarava que Pfizer “demitiu até a data 6 trabalhadores fixos e cerca de 100 trabalhadores terceirizados. Estes trabalham na área de empacotamento e a grande maioria são mulheres.” Em uma nota publicada por sua corrente sindical na UNT, a CTR, declarava que “Esta Empresa tem tentado fechar a Planta Este em várias oportunidades, a qual está localizada por trás da Planta de FORD, e nesta ocasião arremeteu ocasionando demissões em massa, violando até o direito humano de mulheres, mães de família, que estando grávidas ou em período pré e pós-natal, têm sido despedidas.” Igualmente indicou que “As demissões foram majoritariamente na Empresa RECEMCA Service e MANPOWER na área de empacotamento, escritório e alguns funcionários de produção”.
Diante do fechamento que já se via vir e apesar das denúncias dos próprios trabalhadores, as diretrizes de Máspero se limitaram a pedir a suspensão da solvência trabalhista: “Exigiremos ao Ministério do Trabalho a suspensão da solvência trabalhista, iremos ao Ministério de Saúde, Instituição que vela pelo cumprimento do Regulamento para este setor e ao IVSS e outros entes aos quais se licitam os produtos desta Empresa, para informar de tão grave situação e exigir que através da atuação interinstitucional e conjunta do Estado venezuelano, se exija a esta Empresa o cumprimento do regulamento trabalhista vigente”.
Vale recordar que em fevereiro de 2005, Pfizer já tinha sido multada e fechada por 48 horas pelo SENIAT, tanto em suas plantas em Valencia como em seus escritórios corporativas na Castelhana, Caracas. Segundo declarações recolhidas por VTV, a então Gerente da Região Central do SENIAT, Zeleyka Muskus, informava que a sanção respondia a não cumprimento de deveres formais nos livros de compra e venda em matéria do IVA, bem como infrações em matéria de ISLR, especificamente o relativo aos preços de transferência. Além do fechamento, Pfizer deveu pagar uma multa por 25 Unidades Tributárias.

Confirmado o fechamento e desmantelamento de Planta Este
Segundo uma denúncia aparecida na última segunda-feira 29 de junho em APORREA, a multinacional Pfizer tem seguido em sua determinação de reduzir suas operações no país. Arnaldo Fabrega, trabalhador da empresa, que tem mais de 20 anos de serviços, assinalava que a linha de manufatura estéril para uso hospitalar existente em Valencia foi fechada faz meses e paulatinamente desmantelada. “Pfizer planeja para este mesmo mês, fechar completamente todas suas operações no território nacional, atualmente a empresa conta com 160 trabalhadores dos aproximadamente 400 que antigamente tinham”.
No citado artigo, Rosina Romero em entrevista aos trabalhadores desta farmacêutica, quem comentam que “A empresa no mês de maio por méio de uma ata se comprometeu, a não fechar as plantas e a remodelar as áreas. No entanto, temos visto um desgaste progressivo após a assinatura da mesma, porque nem sequer têm-se re-estabelecido as áreas de produção.” Mais adianta comentam que “muitos dos trabalhadores que foram demitidos são os mais antigos, que tinham entre 30 e 35 anos de labores, onde simplesmente lhes obrigam a renunciar para sair deles. Apesar de que Pfizer tem todas as possibilidades para fabricar no país, não as aproveita e ao invés considera a produção de fora como uma alternativa para ganhar mais dinheiro.”
Igualmente indicaram que “atualmente a empresa conta nada mais que com uma linha de fabricação de medicamentos, que só elabora anti-hemorrágicos, além de ter na mira três grandes linhas que correspondem à área de manufatura estéril. (…) no futuro a planta ficará principalmente para manejar a importação de medicamentos. O único que se está elaborando até agora são; antipiréticos e antibióticos”

Expropriar sem indenização a Pfizer e pô-la a funcionar baixo controle operário
A burguesia não tem interesse algum no investimento produtiva em nosso país. Apesar de seus enormes ganhos, preferem continuar transladando suas plantas a países mais “amigáveis”. De fato, em uma nota publicada no lugar Minhas Finanças Em Linha cita-se um documento elaborado por VENANCHAM, a câmera venezuelano estadunidense de comércio, à qual pertence Pfizer, onde falam de “a incerteza política” como um das principais preocupações, seguida por “o controle de preços, os custos trabalhistas, as licenças e os altos níveis de insegurança”. Dito documento igualmente assinala que os filiados a esta câmera, em sua maioria grandes empresas, calculam que a inflação se acelerará a quase um 35%, em frente a uma meta oficial de 15%.
Ao final do dia, os únicos interessados em impulsionar a produção no país e em defender a Revolução Bolivariana somos as e os trabalhadores. O único caminho adiante é a ocupação das instalações de Pfizer, de ambas plantas, e assim deter o desmantelamento das mesmas. Não se pode seguir perdendo tempo e esperar a aprovação formal do que já tem sido uma linha ditada pelo presidente em diferentes ocasiões. A ocupação de ditas plantas deve ir seguido da imediata expropriação sem indenização de ambas plantas de Pfizer e sua recuperação e posta em funcionamento sob o controle operário.
Recordemos que no passado domingo, 3 de Maio, o presidente Chávez reinaugurou a planta de produção do Serviço Autônomo de Elaboração Farmacêutica (SEFAR), localizada na paróquia Macarao, Caracas. Como muito bem assinalou Chávez nessa ocasião ao recordar que durante os governos de Isaías Medina Angarita e Rómulo Galegos se deram os primeiros passos para a instalação de fábricas de medicamentos, estes governos foram derrotados pela burguesia parasita que não tem estado nem estará interessada no desenvolvimento produtivo do país.
Com a recuperação desta planta, criada em 1993, mas que ao não cumprir com as normas e condições de operatividade, nem com a capacidade instalada para produzir medicamentos, sua produção caiu até ficar inoperante, se anunciou a intenção de elaborar medicamentos de alta qualidade para combater os principais males que afligem ao povo venezuelano como a tuberculose, malaria, mau de Chagas, entre outros. A matéria prima será importada da Índia, Chine, Suécia e Alemanha, ainda que a intenção é que se possa gerar no país. É claro que a expropriação das plantas de Pfizer pode servir como um primeiro passo para impulsionar adequadamente a produção nacional de medicamentos. SEFAR deve agrupar a estes trabalhadores, tanto os fixos como os tercerizados, para garantir a produção já não só com uma planta em Macarao senão com um conjunto de empresas farmacêuticas do Estado que funcionem baixo controle dos trabalhadores. Isto deve ir acompanhado por suposto da nacionalização do resto das empresas farmacêuticas que desde faz já décadas iniciaram a migração a países vizinhos com leis trabalhistas mais flexíveis, pondo em perigo a saúde dos venezuelanos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

ATO PÚBLICO EM DEFESA DOS TRABALHADORES DA FÁBRICA OCUPADA FLASKÔ

Convocatória
ATO PÚBLICO EM DEFESA DOS TRABALHADORES DA FÁBRICA OCUPADA FLASKÔ.
DIA 17 DE JULHO, CONCENTRAÇÃO ÀS 10 HORAS LARGO DO ROSÀRIO E PASSEATA ATÉ A PROCURADORIA DA FAZENDA.
RUA BARÃO DE JAGUARA, EM CAMPINAS.

Mais uma vez os trabalhadores da Fábrica FLASKÔ, que desde 12 de junho de 2003 está ocupada e produzindo sob controle dos trabalhadores, está sendo atacada pelos órgãos de governo e pelos patrões.
Depois de inúmeros Leilões, corte no fornecimento de energia elétrica, sucessivos pedidos de confiscos, ameaça de intervenção; no mês de junho passado recebemos a notificação de confisco dos bens e ameaça de prisão do Coordenador Eleito do Conselho de Fábrica (Pedro Além Santinho), exigindo o pagamento de dívida contraída pelo patrão. Mas as ameaças não pararam aí.

No dia 01 de julho fomos visitados por um oficial de justiça, que notificou que serão confiscados 97% do faturamento da fábrica para saudar dívidas originadas pelas falcatruas do patrão que com isso quebrou a fábrica, abandonou os trabalhadores, não pagando seus direitos e salários. Essa situação levou os trabalhadores a tomarem a fábrica em junho de 2003.
Nós, trabalhadores da Flaskô, em nenhum momento nos furtamos a realizar intensas mobilizações na defesa de nossos direitos, exigindo a expropriação da fábrica pelo governo federal e a manutenção do controle operário. Realizamos junto com a CIPLA, INTEFIBRA e outras fábricas então ocupadas, 4 Conferências Nacionais e uma Internacional, um Tribunal Popular onde foi julgada a responsabilidade do governo Lula em todo esse processo que passou pela intervenção Federal na CIPLA.
Temos buscado permanentemente uma via de negociação com o governo Federal, realizando reuniões nos ministérios e audiência com parlamentares em Brasília. Não nos curvaremos diante das ameaças e declaramos: não desistiremos da defesa de nossos direitos e consideramos que as ameaças de confisco dos bens do Coordenador do Conselho de Fábrica, bem como os pedidos de penhoras do faturamento da fábrica são claros ataques aos trabalhadores, e demonstram que os órgãos que deveriam defendê-los, a Justiça, os Ministérios, estão ferindo os direitos expressos pela OIT e praticando uma política de apoio e cobertura à ditadura patronal que, após sugar o lucro extraído do trabalho humano, sonegar impostos, querem impedir nosso direito à existência enquanto trabalhadores e fechar a fábrica! Não passarão! Resistiremos!
Convidamos todos os dirigentes sindicais, dirigentes e lutadores sociais, partidos comprometidos com os trabalhadores para junto conosco realizamos um ATO POLITICO em frente à Procuradoria da Fazenda em Campinas onde devemos dizer unidos:
SUSPENDAM AS AMEAÇAS, CESSEM AS PERSEGUIÇÔES AOS TRABALHADORES E A PEDRO ELEITO COORDENADOR DO CONSELHO DE FÁBRICA.
SUSPENSÂO DAS ORDENS DE CONFISCO E DE PENHORAS, FIM DOS LEILÕES.
QUE O GOVERNO LULA ESTATIZE A FÁBRICA PARA GARANTIR TODOS OS POSTOS DE TRABALHO.
Contatos: (19) 8164 1971 (11) 9930 6383
mobilizacaoflasko@yahoo.com.br

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Abertura do II Encontro Latino-Americano de Empresas Recuperadas pelos Trabalhadores




Relato do 1º dia do histórico Encontro ocorrido em Caracas, na Venezuela, neste fim de semana.

Na Sala Juan Bautista Plaza da Biblioteca Nacional se deu a abertura do II Encontro Latino-Americano de Empresas recuperadas pelos trabalhadores. A alguns metros do Panteon Nacional, onde repousam os restos mortais do Libertador Simon Bolívar e os heróis da independência, cerca de 200 trabalhadores de toda a América Latina começaram os debates do encontro.


Além disso, estiveram presentes sindicalistas de outros países como Canadá e Turquia. Desculparam-se por sua ausência vários dirigentes sindicais da COB (Central Obrera da Bolívia), Central Obrera Departamental de Oruro e a FSTMB da Bolívia, os quais, finalmente, por razões alheias à sua vontade, não puderam estar presentes.


Pela Venezuela estiveram presentes dirigentes sindicais da Mitsubishi, Vivex – que se encontra ocupada há mais de 6 meses por seus trabalhadores -, a fábrica nacionalizada em Guayana, Cabellum, trabalhadores da FRETECO, entre os quais se encontravam os da Inveval e outras empresas, Frente da saúde de Lara, dirigentes sindicais da CEMEX, empresa nacionalizada pelo governo do presidente Chávez e da enlatadora de sardinhas La Gaviota, também expropriada.


O evento começou às duas da tarde e se desenvolveu em meio a um grande entusiasmo e expectativa. Há 4 anos desde o primeiro encontro que teve lugar em outubro de 2005, em Caracas, e que supôs um enorme impulso ao movimento de tomada e ocupação de fábricas em todo o continente. Naquele momento, a tomada e ocupação de empresas era estimulada ao abrigo da crise econômica do início de 2001, que afetou vários países do continente, especialmente a Argentina e Brasil, assim como pelas paralisações patronais organizadas pela oposição contra-revolucionária da Venezuela. Todos estes fatores espoliaram a luta operária em todo o continente.


O encontro contou com a presença do Ministro do Comércio, Eduardo Samán, que permaneceu a maior parte da tarde no mesmo, e expressou seu apoio e o do governo venezuelano à luta dos trabalhadores em defesa de seus empregos em todo o continente, em particular na Venezuela. Samán destacou que o presidente Chávez lhe havia mandatado para expropriar 20 empresas como um primeiro passo para garantir o desenvolvimento industrial do país, e destacou que após a expropriação da Cargill, La Gaviota e outras, virão mais empresas, entre as quais – disse destacando a delegação de trabalhadores desta empresa presente na sala – estaria Vivex.


O Ministro Samán denunciou o caráter reacionário e explorador do capitalismo e pôs numerosos exemplos das manobras que os capitalistas organizam para sabotar a economia venezuelana e tentar boicotar qualquer medida progressista do governo. “Não podemos esperar que o capitalismo caia por si só, ainda que agora esteja em uma crise muito profunda” disse o Ministro e, em seguida, chamou à organização do povo e os trabalhadores para defender e aprofundar a revolução.


Após o discurso do Ministro Samán, a mesa fez a entrega ao mesmo dos livros “A batalha da Inveval” (recentemente editado pela Fundação Federico Engels, na Espanha e Venezuela), que relata toda a experiência da ocupação e expropriação da Inveval até hoje, e “Imparables” [Imparáveis], sobre a experiência da empresa recuperada na Argentina, a IMPA. O primeiro foi entregue a Samán pelo próprio autor, Pablo Comenzana e os trabalhadores da Inveval, e o segundo por uma companheira argentina, trabalhadora da IMPA.


Em seguida, Serge Goulart, coordenador do Movimento das Fábricas Ocupadas do Brasil e membro do Comitê Organizador do Encontro, deu a palavra aos distintos membros da Mesa que havia se conformado. O primeiro deles foi Lalo Paret, do Movimento Nacional de Empresas Recuperadas (MNER) da Argentina, quem se mostrou muito entusiasmado por se encontrar em um país em revolução como a Venezuela e chamou à manutenção e continuação da luta pela ocupação e colocação em funcionamento das empresas fechadas em todo o continente.


Após ele, Luis Primo, membro do Comitê Organizador, tanto do I Encontro, celebrado em 2005, como deste II Encontro, e conhecido dirigente sindical da UNT de Caracas-Miranda, explicou que a luta das empresas ocupadas é a máxima expressão do antagonismo entre o capital e o trabalho. Luis apontou que o que mostra a luta da Inveval, Vivex, Inaf, Gotcha, Uraplast, e outras empresas ocupadas, é a firme vontade da classe trabalhadora de colocar-se à frente da revolução.


Posteriormente, a camarada Pascuala, porta-voz dos trabalhadores da empresa de enlatados de sardinhas La Gaviota, recentemente expropriada pelo governo, expôs a luta desenvolvida por estes trabalhadores contra o empresário, o qual lhes pagava um salário miserável de 60 bolívares e, em 17 anos trabalhando na empresa, somente uma vez lhes deu uma lata de sardinhas. Pascuala explicou que a luta havia mostrado que os trabalhadores podiam se unir e pôr a fábrica a produzir, mostrando toda sua força e capacidade criativa.


Félix Martínez, secretário-geral do SINGETRAM (Sindicato Nova Geração de Trabalhadores da Mitsubishi), fez um relato da luta que, desde 2003, vieram desenvolvendo os mais de 1000 trabalhadores da empresa pela dignificação de suas condições de trabalho. Félix destacou como foi, a partir da vitória revolucionária de 2003, contra a paralisação petroleira, que um grupo de 7 trabalhadores revolucionários haviam decidido se organizar e conformar o sindicato, mas como um sindicato de novo tipo, revolucionário, baseado na participação dos trabalhadores na tomada de todas as decisões mediante assembléias. Também destacou como este modelo de sindicato fomenta a organização dos trabalhadores.


Com o SINGETRAM, fizeram uma luta contra a terceirização, que culminou na tomada da empresa durante 60 dias contra a decisão patronal de despedir 129 trabalhadores da terceirizada Induservis. Esta ocupação se converteu em um ponto de referência para o conjunto do movimento operário venezuelano e foi vítima de ataques de todos os setores contra-revolucionários: desde a própria empresa até os juízes a serviço da burguesia e os setores contra-revolucionários incrustados no aparato do Estado, os quais organizaram o brutal ataque, por parte de 60 membros da polícia regional do Estado Anzoátegui, que custou a vida dos camaradas Pedro Suárez e Javier Marcano. Félix explicou como, apesar deste ataque, os trabalhadores mantiveram a empresa ocupada, e sua luta serviu para que os trabalhadores despedidos fossem novamente incorporados à empresa.


Félix falou da ocupação que, nestes mesmos momentos, e depois de mais de 6 meses, mantém os trabalhadores da Vivex, e denunciou o assassinato de líderes operários como o camarada Argenis Vásquez, dirigente do SINTRATOYOTA em Cumaná e, por último, delineou o referendo realizado entre os trabalhadores da empresa, sobre a continuidade ou não dos dirigentes do sindicato. Este referendo logrou o resultado de 1192 trabalhadores da empresa, 1069 haviam votado em favor da manutenção da atual junta diretora do sindicato. Félix colocou que haviam decidido incluir nos estatutos do sindicato a elegibilidade e revogabilidade imediata dos dirigentes, assim como a rotatividade dos mesmos, e defendeu a importância deste ponto para lutar pela genuína democracia operária.


Este primeiro dia do Encontro finalizou com as intervenções de Jorge Paredes, Trabalhador e Presidente da Inveval e Serge Goulart. Jorge defendeu a necessidade das empresas nacionalizadas não permanecerem isoladas e defendeu que os bancos e as principais indústrias devem ser nacionalizadas sob controle operário. Também destacou a importância da participação dos trabalhadores. Após sua intervenção, o Ministro Samán se despediu dos presentes e Serge Goulart tomou a palavra.


Serge fez uma introdução sobre a crise do capitalismo e a importância que ganha, nesta situação, o movimento de empresas ocupadas. Destacou o estímulo que significa para os trabalhadores de todo o mundo a luta na Venezuela e explicou como o movimento de ocupação de fábricas está transcendendo as fronteiras e extendendo-se a novos países, inclusive países capitalistas avançados. Serge fez referência às ocupações da Republic Windows & Doors nos EUA há vários meses e mais recentemente da Visteon, na Inglaterra.


Este primeiro dia de encontro finalizou em um ambiente de entusiasmo e camaradagem, preparando todos os participantes para o debate do dia seguinte, que centrará em repassar a situação desde outubro de 2005 em cada um dos países, com especial atenção à revolução venezuelana, e o desenvolvimento que vem tendo a tomada e ocupação de empresas. Pela tarde se apresentará o livro “La batalla de Inveval” e outras publicações sobre a luta dos trabalhadores por tomar e colocar sob controle operário as empresas, e se debaterá sobre o tipo de propriedade das empresas, e a necessidade do controle operário.Caracas, 26 de Junho de 2009.