Greves afetam produção de veículos no Brasil
Paralisações atingem fábricas nas regiões Sul e Sudeste
Por Vitor Matsubara | 09/09/2009
Os Sindicatos que reúnem os funcionários responsáveis pela produção das principais fábricas de automóveis estão reivindicando aumentos salariais por todo o Brasil.
Segundo informações da agência de notícias Reuters, no estado de São Paulo, os metalúrgicos de Taubaté, São José dos Campos e da região do ABC Paulista, que reúnem fábricas de Ford, GM e Volkswagen, começaram as primeiras ações para um reajuste em seus pagamentos.
Em Taubaté, a produção de VW e Ford foram paralisadas nos dias 4 e 8 de setembro, em protestos contra o desinteresse de seus patrões. Ao todo, o movimento envolveu 7,2 mil trabalhadores.
Já na região do ABC, metalúrgicos de montadoras vão cruzar os braços na quinta-feira e, em São José dos Campos, os trabalhadores vão realizar uma assembléia no próximo sábado, 12 de setembro.
"Os metalúrgicos estão trabalhando muito e recebendo pouco. Se não houver acordo, vai haver paralisação", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo.
No ABC, a categoria não revela o percentual de reajuste pretendido junto às montadoras. Em São José dos Campos, a pauta inclui 14,65% de aumento salarial, estabilidade no emprego pelo prazo mínimo de dois anos e redução da jornada semanal de trabalho para 36 horas.
Em Minas Gerais, estado que abriga a única planta da Fiat no país, duas rodadas de negociações já foram realizadas e uma próxima está agendada para o dia 16 de setembro. Os 200 mil metalúrgicos reivindicam reposição da inflação, aumento salarial de 10% e redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
"A maior tragédia da crise foi entre outubro e março, em que perdemos mais de 6 mil trabalhadores com mais de um ano de casa", afirmou o presidente do sindicato de metalúrgicos de Betim, Marcelino da Rocha.
Na Região Sul, a situação não é muito diferente. Nesta quarta-feira, 9 de setembro, 8.500 funcionários que trabalham nas fábricas paranaenses de Renault e Volkswagen optaram por seguir com a greve iniciada na sexta-feira passada.
Os trabalhadores cobram um reajuste salarial de 10%, a ser concedido ainda neste mês. A categoria ainda exige abono de 2 mil reais, também em setembro.
A paralisação acontece no momento em que as duas montadoras tentam acelerar a produção, diante do aumento esperado na procura por veículos novos, já que o desconto integral do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis deve ser encerrado no final do mês.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, cerca de 7 mil veículos deixaram de ser produzidos no período.
De acordo com a Reuters, representantes das montadoras não puderam ser imediatamente contatados para comentar sobre o assunto.
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